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Albert Fish, o pedófilo que molestou mais de 400 crianças

Albert Fish foi um pedófilo e assassino em série americano. Ele ficou conhecido por mutilar e até devorar partes dos corpos das crianças.

Albert Hamilton Fish foi um dos mais cruéis pedófilos americanos. Nascido em 1870, desde pequeno foi marginalizado e violentado, desenvolvendo inclusive uma fixação por sadomasoquismo.

Porém, foi na fase adulta que deu início a seus crimes. Suas vítimas preferidas eram crianças de 6 a 10 anos de idade, que nas mãos de Fish sofriam abusos, mutilações e esquartejamentos. Ao final costumava comê-las.

Infância de Albert Fish

A infância de Albert Fish foi perturbadora. Seu pai era 43 anos mais velho que sua mãe, quando Albert nasceu sua mãe tinha 32 anos e seu pai 75 anos. Além disso, sua família tinha um enorme histórico de doenças mentais.

Seu pai era capitão de um barco de pesca, mas em 1870 estava trabalhando em uma fábrica de fertilizantes, e durante esse período morreu após um infarto fulminante. Com isso a mãe de Fish ficou na miséria e a única saída foi entregar o garoto um orfanato, com apenas 5 anos de idade.

Durante o tempo que viveu nesta instituição Albert foi bastante maltratado, sofria abusos e era frequentemente espancado. Porém, as práticas brutais e sádicas desenvolveram um certo fascínio em Fish, e em um determinado momento ele começou a sentir prazer em ser agredido.

Dois anos após, sua mãe já estava financeiramente estabilizada e pode voltar a cuidar de Albert, mas as marcas da violência sofrida durante o tempo no orfanato não eram fáceis de apagar. Aos nove anos de idade ele caiu de uma árvore, sofreu um traumatismo craniano que lhe causou dores fortes de cabeça e alguns problemas mentais.

Albert Fish era grisalho já aos 30 anos. / Foto: Reprodução.

Práticas sexuais inusitadas

Em 1882, aos 12 anos, ele teve seu primeiro relacionamento homossexual com um garoto da região. Através desse envolvimento Fish foi apresentado a um mundo novo, de atos sexuais questionáveis e sem qualquer pudor.

A partir desse momento, além do grande interesse pelo sadomasoquismo, Fish começou a se sentir atraído por coisas inusitadas como beber urina e comer fezes durante o ato sexual. Ele passou a frequentar banheiros públicos apenas para ver homens nus.

Aos 20 anos de idade ele mudou-se para Nova York e começou a se prostituir. Algum tempo depois voltou para Washington, na casa da mãe, já que não conseguia mais se sustentar sozinho.

Quando Albert tinha 28 anos de idade, a mãe numa tentativa desesperada de “salvá-lo”, arranjou um casamento com uma mulher 14 anos mais velha. O matrimônio em nada mudou a vida obscura que Fish levava. Aos 29 anos de idade se mudou para Nova York, dessa vez junto da esposa.

Nessa época ele passava bastante tempo fora de casa envolvido em relações sadomasoquistas homossexuais. Ele trabalhava como pintor, mas não tinha emprego fixo, o que facilitou seus crimes, ele geralmente molestava vítimas com menos de seis anos de idade.

A situação no casamento era a pior possível, a esposa de Albert sabia de seus desvios conjugais e tentava contornar a situação de todas as formas enquanto criava os seis filhos do casal. Algumas vezes Albert chegou a obrigar seus filhos a assistir sua automutilação, e só parou quando seus glúteos ficaram em carne viva e jorrando sangue. 

Fascínio por castração

Uma vez, durante um passeio, Albert e um de seus amantes visitavam um museu de cera, lá ele ficou fascinado pelo pênis de um dos bonecos. A partir disso, seu interesse por órgãos sexuais se multiplicou e ele sentiu que precisava castrar alguém.

Durante uma relação com um homem com deficiência mental, Fish tentou castrá-lo, mas o homem se assustou e conseguiu fugir. Na mesma época as idas a prostíbulos se intensificaram, lá ele podia pagar para ser agredido e realizar suas fantasias.

Em 1903 foi preso por furto, na cadeia tinha relações sexuais com outros presos.

Divorciado e viciado em sadomasoquismo

Em janeiro de 1917 a sua mulher lhe trocou por outro homem, John Straube. Depois disto, Fish começou a ouvir vozes. Uma vez chegou até se enrolar num carpete, dizendo que estava seguindo instruções de Deus.

Nessa altura Albert Fish já era um viciado em masoquismo: pegava bolas de algodão, encharcava no álcool, inseria no seu ânus e ateava fogo. Começou a bater em si mesmo e espetava agulhas no seu corpo, principalmente entre o ânus e os testículos.

Normalmente depois da sessão ele retirava as agulhas, porém começou a inserir tão profundamente que as vezes não conseguia remover. Raios-X feitos posteriormente revelaram 27 agulhas na sua região pélvica.

Aos 55 anos começou a sofrer alucinações. Fish acreditava que Deus lhe mandava ordens para torturar e castrar crianças. Os médicos afirmaram que ele sofria de uma psicose religiosa, assim como um de seus tios por parte de pai.

Onda de assassinatos

Entre 1910 e 1930 cometeu a maioria dos seus assassinatos. As suas vítimas preferidas eram crianças com problemas mentais ou negras, pois pensava que estes seriam menos procurados pela família e polícia.

Como acreditava estar em contato com o divino, utilizou esse argumento para cometer seus crimes: enquanto não fosse reprimido por Deus, nada de grave estaria cometendo. E “Deus” nunca lhe repreendeu verbalmente, como ele mesmo dizia.

Por volta de 1920, viajou por diversos estados americanos pintando casas. Ele via esse trabalho como uma ótima oportunidade para cometer seus crimes contra as crianças.

Ele lia frequentemente a bíblia e dizia que a voz de Deus o mandava matar.

Grace Budd, a vítima perfeita

Grace Budd, uma criança de apenas 10 anos, é considerada a sua vítima mais conhecida, em razão das investigações desse caso terem levado a polícia a encontrar o autor dos crimes.

No dia 25 de maio de 1928, Edward Budd põe um anúncio, procurando um emprego, na edição de domingo de um jornal local: “homem jovem, 18 anos, deseja um trabalho no campo.”

Alguns dias depois, Fish visitou a família Budd em Manhattan, sob o pretexto de contratar Edward.

Ele apresentou-se como Frank Howard, um agricultor de Nova York. Foi então que conheceu Grace, irmã de Budd, então com 10 anos.

Fish prometeu emprego a Edward e disse que alguém lhe buscaria em alguns dias. Ele também convenceu os pais da menina a deixar a Grace acompanhá-lo a uma festa de aniversário naquela tarde, que Fish inventou que seria na casa da sua irmã.

Em um primeiro momento, sua ideia era estuprar e matar Edward, mas ao ver a menina reformulou seus planos. Grace saiu com Fish naquele dia e nunca mais voltou.

A investigação do desaparecimento de Grace Budd continuou por seis anos. Até que em novembro de 1934, a família Budd recebeu uma carta anônima que dava detalhes chocantes do assassinato da menina.

Total de vítimas de Albert Fish

Fish disse ter matado ao menos 23 e molestado mais de 400 crianças. Ele agia friamente como um pedófilo, aguardava, pacientemente uma criança, previamente escolhida. Quando ela ficava sozinha, seja por um descuido do responsável ou adquirindo sua confiança, ele cometia o crime.

Como era um homem idoso, fingia ser um “bom velhinho”, com isso ninguém desconfiava de seus planos.

Fish inclusive ganhou um apelido: Bicho-papão. Ele foi dado por Billy, um menino de 3 anos que estava brincando, em fevereiro de 1927, com seu amigo de 4 anos, também chamado Billy. Ambos estavam sendo cuidados por um vizinho, na época com 12 anos.

Por questão de poucos minutos, o vizinho entrou em sua casa e, assim que voltou, as crianças haviam sumido. Assustado, o menino avisou o pai do Billy mais novo e ambos deram início a uma busca desesperada pelos garotos. Quando finalmente acharam Billy, ele estava no terraço da cobertura do edifício, mas sem o seu amigo. Perguntado onde estava o garoto, Billy respondeu: “o bicho-papão o pegou”.

O corpo de Billy nunca foi encontrado, mas, posteriormente, Fish confessou a autoria do homicídio e ainda narrou, com extremos detalhes e muita frieza, o que fez com ele.

Quando o sequestrou, o levou a uma casa abandonada, o despiu e amarrou seus pés e mãos. A partir daí, deu início a um dos relatos criminosos mais horripilantes que você pode imaginar.

Fish separou ferramentas e um chicote, feito por ele mesmo, que chamava de “gato de nove caudas”. Iniciou açoitando o corpo nu do menino “até o sangue escorrer pelas pernas”. Logo após, amputou as orelhas, o nariz e cortou, de orelha a orelha (já retiradas), a boca da pobre criança. Disse que, após retirar os olhos, a sua vítima faleceu.

Fish bebeu o sangue que escorria pelo cadáver – daí que ficou conhecido, também, como “o vampiro do Brooklin”. Após aliviar a sua sede, esquartejou o corpo da vítima. Após selecionar os “cortes nobres”, levou ao forno e temperou com cebolas, cenouras, nabos, sal e pimenta. “Sua carne era melhor do que qualquer peru assado que já comi”, dizia ele.

Francis McDonnel, de 8 anos, também foi assassinado e torturado por Fish. Foi igualmente sequestrado após descuido de sua mãe. A polícia encontrou o corpo do menino em um matagal. Estava morto e havia sido severamente espancado.

Foi agindo de maneira semelhante que Albert Fish cometeu dezenas de crimes ao longo de aproximadamente duas décadas.

Finalmente sentenciado

O julgamento do homicídio de Grace Budd começou em 11 de março de 1935, em Nova York. A sentença demorou dez dias. Fish alegou insanidade e declarou ouvir vozes de Deus, que lhe diziam para matar crianças.

Albert Fish sendo conduzido ao julgamento. / Foto: Reprodução.

Um psiquiatra testemunhou a insanidade de Fish, mas o testemunho de Mary Nicholas, sua filha adotiva de 17 anos alterou esta versão.

Mary Nicholas afirmou que Fish tentava introduzir seus filhos em práticas masoquistas e estupros infantis. O juiz o declarou são e culpado, e o condenou à pena de morte.

Fish foi executado em 16 de janeiro de 1936 na cadeira elétrica. As diversas agulhas alojadas em seu corpo ao longo de toda a vida causaram um curto-circuito no sistema, interrompendo o fluxo de eletricidade na cadeira.

Foram assim necessárias duas descargas elétricas para matá-lo. Antes de fechar seus olhos completamente, Fish, referindo-se à cadeira elétrica, proferiu suas últimas palavras: “A emoção suprema, a única que nunca experimentei”.

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