Dulce Maria Alavez nasceu em 25 de abril de 2014 em New Jersey, EUA. A menina tinha cinco anos de idade na época do caso. Sua mãe, Noema Alavez Perez engravidou de Dulce quando tinha apenas quatorze anos de idade.
Noema dividia a guarda de Dulce com sua mãe. A avó materna participava ativamente dos cuidados com a neta e todas moravam sob o mesmo teto. Quando a garotinha estava com dois anos de idade, Noema engravidou novamente, desta vez ela teria um menino chamado Manoel.
O pai de Dulce não era presente. Ele chegou até mesmo a duvidar da paternidade da criança, tempos depois acabou afeiçoando-se a ela mas logo em seguida retornou para o México.
Contexto
No outono de 2014, Dulce começou sua vida escolar no jardim de infância. A tia de Dulce, irmã de sua mãe, tinha apenas 8 anos de idade e era comum que as duas fossem estudar sozinhas de ônibus.
Meses depois, Noema descobriu que estava grávida novamente. Ela e o atual namorado planejavam alugar um quarto em uma casa próxima enquanto Dulce e Manoel permaneceriam sob os cuidados da avó.
Desaparecimento
No dia 16 de setembro de 2019, Noema e o filho Manoel de três anos esperavam as meninas descerem do ônibus escolar na frente de casa. Neste dia ela havia planejado que todos tomariam sorvete e logo em seguida brincariam no parque.
Eles seguiram caminho de carro para o parque, no meio do caminho pararam em uma loja de conveniência onde compraram sorvete e alguns bilhetes de loteria. Câmeras de segurança gravaram o momento onde Noema e as três crianças adentraram e fizeram suas compras no local.
Minutos após, a família chegou ao Bridgeton City Park & Zoo que é um local conhecido por ser arborizado, possuir belos lagos e uma grande área aberta para crianças brincarem. Logo que estacionaram, Dulce e Manoel saíram correndo em direção aos brinquedos do parque enquanto Noema e a irmã ficaram raspando seus bilhetes de loteria.
Noema podia vê-los do carro, até o momento em que olhou pela janela e não notou mais a presença dos filhos. Imediatamente, ela sai do carro e dirige-se até um balanço que ficava mais afastado acreditando que as crianças estariam por lá.
Quando se aproximou do local percebeu que Manoel havia derrubado seu sorvete no chão e estava chorando, mas Dulce não estava por perto. A mãe perguntou ao menino onde estava a irmã e ele apenas apontou o dedo na direção de alguns prédios que ficavam no entorno.
Noema começou a acreditar que Dulce poderia estar brincando de se esconder e passou a procurá-la pelo parque chamando seu nome. Crianças que brincavam no local disseram que um homem hispânico caminhava sozinho pelo local e que também havia uma mini van vermelha estacionada minutos antes na calçada.
A mãe ligou para o irmão e pediu que levasse o cachorro da família até o local para ajudar a procurar Dulce, mas eles não obtiveram sucesso. Às 16h50, Noema comunica a polícia de New Jersey sobre o desaparecimento.
Início das buscas
As autoridades, junto a grupos de busca comunitários, percorreram o parque atrás de qualquer vestígio de Dulce. As imagens de câmera de segurança da loja de conveniência confirmavam a versão de Noema sobre os fatos.
No dia 17 de setembro, foi emitido um Alerta Amber. O homem suspeito foi descrito como hispânico, magro, tendo entre 30 e 35 anos. Ele tinha cavanhaque e manchas de acne no queixo, usava camiseta e boné branco e vestia calças jeans.
Alerta AMBER é um sistema de alerta de rapto de criança e tem origem nos Estados Unidos em 1996. Ele serve para comunicar ao maior número de pessoas que uma criança está desaparecida e fornece o máximo possível de informações e características para que ela possa ser encontrada.
Mais de 100 policiais foram mobilizados no caso, cães farejadores e até um helicóptero foram usados nas buscas. O pai de Dulce foi investigado e localizado no México, imediatamente ele foi descartado como suspeito.
A investigação voltou-se para a família, a polícia então passou a investigar o atual namorado de Noema, Edgar. Enquanto examinavam sua ficha descobriram que ele estava morando ilegalmente nos EUA.
A pressão policial impediu pessoas da comunidade, que também eram ilegais, a fornecer mais informações. Os oficiais precisaram declarar que no momento nada era mais importante do que encontrar Dulce, e que questões imigratórias seriam ignoradas por ora.
Comportamento materno
A família de Dulce deu diversas declarações à polícia e à imprensa. O comportamento de Noema passou a chamar a atenção da comunidade, uma vez que sempre parecia fria e indiferente ao caso. Ela chegou a dizer, por diversas vezes, que este era o seu jeito de lidar com as coisas.
Em uma das entrevistas, um jornalista pergunta a Noema o que ela diria ao sequestrador e ela fala: “Dulce era apenas uma criança inocente, e que nada ela tinha a ver com problemas que eles tiveram agora ou no passado.”
A declaração intrigou muita gente, já que Noema estava sendo muito direta e assertiva nas palavras que usou. A partir deste ponto surgiram diversas teorias de que a família poderia estar envolvida no rapto.
Cartas anônimas
Em fevereiro de 2020, cartas anônimas escritas à mão começaram a aparecer em empresas de Ohio. Em uma dessas cartas, endereçada a uma biblioteca pública, estavam diversas informações sobre o caso Dulce Alavez mas que poderiam facilmente ser encontradas em uma busca na internet.
Uma segunda carta, na forma de um cartão postal e endereçada a um gerente de cassino em Austintown, dizia que a polícia deveria procurar informações em uma das saídas da Rodovia Interestadual 76.
A caligrafia correspondia a da primeira carta e a polícia conduziu uma busca séria na área, infelizmente sem sucesso. Uma terceira carta foi enviada a uma sorveteria, o endereço do remetente estava rasurado mas era possível ver que havia tido origem em Culiacán, México.
Apesar de não haver um carimbo postal, câmeras de segurança puderam flagrar um carteiro entregando-a normalmente no local. Rodriguez, que atuava como porta voz da famíia, também recebeu um envelope com carimbo postal de Cleveland que continha 7 pedaços de papel em seu interior.
Neles haviam diversas palavras rabiscadas e a polícia pôde decifrar algumas delas como: “Alasca”, “México”, “fronteira”, “1776”, “guerra civil”, “cidade da nova Inglaterra” e “orfanato para crianças”. Após este episódio, Rodriguez abandonou o cargo de porta voz.
Pai de Dulce?
Um homem que se identificou como pai de Dulce, postou um vídeo no You Tube no dia 25 de abril de 2021, data do aniversário de sete anos da vítima. O vídeo mostra diversas fotos de Dulce e conta com a narração de um homem.
Durante as fotos que aparecem, o homem nunca mostra todo o seu corpo ou qualquer parte do rosto e algumas pessoas comentaram que Dulce parece bem mais velha em algumas imagens. Até mesmo mais magra e mais alta.
O mais intrigante é que em algumas imagens é possível ver uma mini van vermelha estacionada ao fundo. Em 14 de setembro de 2023, investigadores forenses puderam construir uma imagem de progressão de idade do rosto de Dulce.
Depois que a nova imagem foi revelada, a polícia recebeu 12 denúncias, algumas delas informando avistamentos e outras apenas informações. Uma delas se mostrou falsa e as outras seguem sendo investigadas, declarou a polícia na ocasião.
Até o momento nada promissor foi encontrado sobre o caso Dulce Alavez e há uma recompensa de 75 mil dólares por qualquer informação.
Possíveis teorias
A teoria mais forte sobre o caso é de que Dulce foi sequestrada por um homem enquanto brincava no parque, mas esta também deixa muitas pontas soltas já que no dia havia muitas pessoas no local e é bastante estranho que ninguém tenha percebido Dulce sendo levada ou até mesmo atraída para a mini van vermelha.
Dulce estava comendo sorvete e caso ela tivesse sido agarrada à força, é possível que o alimento caísse no chão deixando alguma pista. Nunca foi encontrado qualquer sinal do sorvete ou da embalagem.
Quando Noema encontrou Manoel, ele estava chorando e apenas apontou na direção dos prédios. Muitas pessoas acreditam que o pequeno garoto saiba exatamente o que aconteceu mas não quis falar ou foi intimidado para tal.
Uma das teorias mais polêmicas envolveria um rapto familiar. Noema sempre levava o cachorro da família junto para o parque, até mesmo por ele ser protetor e estar acostumado a brincar com as crianças, e por que não o levou naquele dia?
A declaração de Noema para imprensa também sugere algum conflito familiar e leva a entender que a mãe possa saber exatamente quem levou sua filha e o motivo pelo qual isso aconteceu.
E a última teoria era de que Dulce dispersou-se do irmão e ao andar pelo parque poderia ter caído em algum lago e se afogado. Seria possível, mas é bastante raro que ninguém tenha visto a criança se afogar ou que o corpo nunca tenha emergido para a superfície.
A polícia também constatou que Noema tinha o hábito de permitir que as crianças se distanciassem mesmo tendo apenas três e cinco anos de idade. A mãe foi bastante julgada por este comportamento, já que isso diminuía muito a chance de reação diante de qualquer perigo para os filhos.
Que bom que voltou a publicar. Adoro o blogue!