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Andrea Yates, afogou seus cinco filhos em uma banheira

Andrea matou seus cinco filhos, afogando-os na banheira de sua casa em 2001. Ela vinha sofrendo de depressão pós-parto e psicose severas.

Andrea Yates nasceu em Houston, Texas. Filha de Jutta Karin Koehler e Andrew Emmet Kennedy. Ela é a mais nova de cinco filhos e foi criada dentro de uma família católica. 

A garota sempre se destacou na escola, participava de diversos esportes e chegou a ser líder do grupo de natação. Ela tinha um histórico impecável de boas notas.

No ano de 1986 concluiu sua graduação em Enfermagem, onde trabalhou como enfermeira no Centro contra câncer da Universidade do Texas de 1986 até 1994.

Russell “Rusty” Yates e o sonho de formar uma família

No verão de 1989, ela conheceu Russell “Rusty” Yates, de 25 anos, e logo foram morar juntos, casando-se em 17 de abril de 1993. Eles tinham o sonho de montar uma família numerosa, dentro dos princípios católicos e filhos com nomes bíblicos. Na época, Rusty e Andrea disseram que “teriam tantos bebês quanto à natureza os permitisse”.

Mais tarde, compraram uma casa de quatro cômodos na cidade de Friendswood. Após o nascimento de seu primeiro filho, Noah, em fevereiro de 1994, Rusty aceitou um emprego na Flórida, mudando-se com a família para um pequeno trailer em Seminole. 

Andrea, Rusty e o pequeno Noah. / Foto: Reprodução.

O casal não tinha muito dinheiro, Andrea era responsável por criar e educar Noah enquanto seu marido trabalhava fora.

Transtornos mentais

Depois do nascimento de seu terceiro filho, Paul, eles retornaram para Houston, e compraram um mini-ônibus GMC motor home. Foi depois do nascimento do quarto filho, Luke, que Andrea teve os primeiros sintomas de depressão.

Sua condição pode ter sido despertada pelos sermões extremistas de Michael Peter Woroniecki, o pastor que lhes vendera o ônibus. A família de Andrea ficou preocupada pelo modo como ela foi atraída pelas palavras do ministro.

O casal e os filhos não frequentavam nenhuma igreja, mas pelo menos três vezes por semana recebiam visitas de amigos e participavam de um grupo de estudo bíblico e oração.

Afogados um a um

Em 20 de junho de 2001, Andrea Yates afogou seus cinco filhos, que tinham entre seis meses e sete anos de idade, na banheira de sua casa.

A mãe começou afogando Mary, que tinha apenas seis meses. A partir daí foi os afogando um a um até chegar em Noah, o filho mais velho. Em depoimento a polícia ela disse que matar Noah foi muito doloroso, pois ele estava sendo um ótimo irmão mais velho e lhe implorou desculpas enquanto ela o afogava.

Família Yale. Na época, Mary ainda não havia nascido. / Foto: Reprodução

A casa apresentava pegadas molhadas, o que mostrou que as crianças perceberam o que estava acontendo e tentaram fugir. A autópsia revelou que as vítimas tinham hematomas cerebrais, o que deu a entender que elas lutaram por suas vidas e se debateram muito antes de morrer.

Curiosamente, o cão da família que vivia solto foi encontrado acorrentado neste dia, acredita-se que Andrea tenha sido meticulosa a fim de não ser interrompida.

Logo depois ela chamou a polícia. Na sequência ligou para o marido, que na época trabalhava como engenheiro da NASA, dizendo e repetindo apenas três palavras: “Está na hora”.

Motivação para o crime

Os transtornos mentais de Andrea a levaram a acreditar que seus filhos estavam sob influência de uma força superior maligna. Ela acreditava que os matando ainda crianças, poderia preservar sua inocência e assim vencer “o demônio”, como ela mesma dizia.

Ela acreditava que não estava sendo uma boa mãe.

“Era o sétimo pecado mortal. Meus filhos não eram justos. Tropeçaram, porque eu estava mal. Do jeito que eu os estava criando, eles nunca poderiam ser salvos. Eles foram condenados a perecer nas chamas do inferno”.

Disse Andrea ao psiquiatra na prisão.
Na foto, os pequenos meninos Yates. / Foto: Reprodução

Comportamento de Rusty Yates

Rusty nunca ajudou Andrea nos cuidados e na educação das crianças. Como eles não frequentavam a escola, a mãe era responsável por educá-los em casa. O marido dizia que não queria que as crianças convivessem com outras pessoas que pudessem desviá-los do caminho correto. Andrea acabava vivendo isolada do mundo com seus cinco filhos.

A aderência dos Yates aos princípios do estilo de vida Quiverfull, o qual encoraja casais a ter vários filhos, sempre foi algo importante para Rusty.

O marido, mesmo tendo sido orientado pelo médico de Andrea, começou a deixar sua esposa sozinha com as crianças nas semanas que antecederam aos afogamentos por curtos espaços de tempo, na esperança de melhorar a independência da mulher.

Ele disse a parentes que pretendia deixar Andrea sozinha por uma hora durante a manhã e à tardezinha, para que ela não se tornasse totalmente dependente dele ou de sua mãe.

Ela disse ao Russell que não queria mais fazer sexo porque a Dra. Starbranch disse que ela poderia machucar seus filhos. Russell continuou com suas crenças religiosas a respeito da procriação, a elogiou como uma boa mãe e a convenceu de que ela poderia lidar com mais crianças. 

 Revela a psiquiatra da prisão, Dra. Melissa Ferguson.

Rusty Yates pareceu nunca enxergar o quão era difícil a situação de Andrea, onde além dos seus problemas mentais, precisava cuidar sozinha da casa e dos cinco filhos. A mãe de Andrea disse que Rusty se orgulhava ao dizer que nunca trocou uma fralda na vida.

Julgamento

Em Março de 2002, o júri negou a defesa por insanidade e considerou Andrea culpada. O tribunal sentenciou Andrea Yates à prisão perpétua, com possibilidade de condicional depois de 40 anos. Essa sentença foi revogada em 2005, depois que o psiquiatra Dr. Park Dietz, admitiu ter dado falso testemunho.

Dietz testemunhou que um pouco antes dos assassinatos, um episódio da série de televisão Law & Order levou ao ar uma mulher que havia afogado os filhos e que tinha sido inocentada por insanidade. A autora Suzanne O’Malley, que cobria o julgamento, imediatamente anunciou que tal episódio não existia. O tribunal de apelação entendeu que o júri havia sido influenciado por aquela falsa declaração e que um novo julgamento seria necessário.

Andrea Yates durante julgamento. / Foto: Reprodução

Em 9 de janeiro de 2006, Andrea Yates declarou-se inocente por razões de insanidade. Em 1 de fevereiro de 2006, ela foi libertada sob fiança com a condição de que se internasse numa unidade de tratamento de saúde mental.

Em 26 de julho de 2006, depois de três dias de deliberações, o júri declarou Andrea inocente por insanidade, como definido pelo estado do Texas. Ela foi consequentemente admitida no Hospital North Texas State, em Vernon Campus. Em janeiro de 2007, Andrea foi transferida para um hospital de saúde mental de segurança mínima, em Kerrville, Texas.

Andrea já teve a oportunidade de apelar para voltar a viver em sociedade, e ela nunca o fez. Segundo ela, sente-se bem estando internada. Ela passa a maior parte do tempo pintando e escrevendo cartões, que são vendidos pelo correio para a fundação infantil na prisão e no hospital.

Considerações finais

Seu ex-marido, Rusty, pediu o divórcio, concedido em 2005. Ele afirma que sempre “culpou a doença dela” pela morte de seus filhos, não ela.

Rusty também liga uma vez por mês para a ex-esposa e a visita uma vez por ano para manter um relacionamento cordial. Quanto a onde ele está agora, isso é um pouco mais difícil de determinar, pois prefere se manter discreto. 

Enquanto alguns dizem que Rusty não trabalha mais na NASA, seu perfil no Linkedin mostra que ele ainda detém o título de Engenheiro de Sistemas Sênior no Johnson Space Center em Houston, Texas. 

E quanto a relacionamentos, Rusty se casou novamente em 2006, com Laura Arnold, que conheceu na igreja, mas eles se divorciaram. Hoje têm um filho juntos, um menino, que agora tem 15 anos.

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