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Caso “Recém casados” desaparecidos segue sem solução ou provas sólidas

Não um, mas dois recém-casados ​​da mesma idade em Busan, casados ​​há apenas seis meses, desapareceram sem deixar rastros.

Havia roupa suja na varanda. A pia da cozinha tinha pratos e colheres sujos, e os restos de comida não foram jogados fora. Os dois desapareceram de casa, deixando para trás um cachorro que engolia ossos de galinha.

Quem era o casal?

A atriz Choi Sung-Hee, que era bem famosa na área de Busan, ensinava atuação em uma escola enquanto se preparava para uma próxima apresentação de teatro. Algumas fontes indicam que ela estava grávida, em uma gestação inicial e não andava se sentindo bem ultimamente. Seu marido, Jeon Min-Gun também de 35 anos, era dono de um restaurante.

Vistos pela última vez

Em 27 de Maio de 2016, a Sra. Choi foi vista em uma loja de conveniência após o término da aula de teatro. A câmera de segurança do apartamento onde moravam a filmou, por volta das 23h segurando sacolas de compras e agindo normalmente.

A maioria dos itens comprados foram deixados no carro. Por volta das 3 horas da manhã do dia 28, o marido da Sra. Choi, Jeon, também foi flagrado em uma câmera de elevador. Segundo amigos do casal, ele estaria bebendo em um bar e logo em seguida voltou pra casa. Essa foi a última vez em que foram vistos.

Em 31 de Maio a polícia foi acionada pelo pai do Sr. Jeon, ele estava preocupado porque o filho não retornava as mensagens e ligações da família. Ao entrarem no apartamento, tudo parecia intocado, sem marcas de luta ou arrombamento.

Alguns objetos pessoais como passaportes, mochilas, documentos e notebooks do casal não foram encontrados, o que no primeiro momento parecia indicar que não havia crime, e sim que os recém casados haviam “desaparecido” por conta própria.

Fatos estranhos

O cachorro do casal estava dentro do apartamento, haviam fezes por todos os cantos, o que indicava que o animal estava sozinho há um tempo. Junto a isso, as compras feitas pela Sra. Choi ainda estavam sobre a mesa, intocadas, e o carro do casal ainda estava estacionado na garagem.

2 de Junho, início das investigações

Entre 70 a 80 policiais, revisaram imagens das câmeras de segurança, e nenhum foi capaz de identificar qualquer imagem do casal deixando o prédio. É importante lembrar que haviam 22 câmeras espalhadas em locais estratégicos, o que garantia uma boa cobertura da movimentação de moradores.

Haviam dois pontos cegos em que o casal poderia ter descido, sendo eles a escada de emergência (o apartamento deles ficava no décimo quinto andar) e o corredor da garagem ao final das escadas. O que parece pouco provável, mas é um ponto importante a ser mencionado.

Tal informação trouxe à tona perguntas que deixaram o caso ainda um pouco mais estranho.

  1. O casal saiu às pressas de maneira proposital?
  2. Como eles sabiam a posição exata das câmeras?

Foram checadas também as caixas d’água, já que não haviam provas de que o casal teria conseguido do prédio.

Interrogando familiares do casal

Ao falar com familiares do casal, a polícia mostrou-se surpresa ao saber que eles ainda mantiveram contato por mensagens de texto com algumas pessoas. A Sra. Choi enviou uma mensagem de texto para seu assistente de direção às 23h56 da noite de 28 de maio, dizendo: “Não estou me sentindo bem e não posso assistir ao ensaio da performance na noite do dia 29”. 

Às 6h20 da noite do dia 30, outra mensagem de texto foi enviada para o representante da companhia de teatro, dizendo: “Acho que não posso atuar. Tive um acidente como da última vez e fui internada novamente no hospital. ” Quando o funcionário da companhia de teatro tentou retornar a mensagem, o telefone foi desligado.

No mesmo dia, o marido ligou para o sócio do restaurante e disse-lhe: “Tenho um compromisso doméstico, vamos fechar o restaurante hoje”. No dia 31, foi feita uma ligação para a companhia de teatro, onde suspeita-se que seja o Sr. Jeon, onde foi dito: “Minha esposa não vai poder se apresentar, pois ertá tomando medicação.”

Foram praticamente 5 dias mantendo contato por mensagens, faltando ao trabalho e inventando desculpas que justificassem suas ausências. Alguns colegas de trabalho levantaram a hipótese de que não seria a Sra. Choi a escrever as mensagens, já que no idioma coreano existem vários níveis de formalidade e as mensagens recebidas possuíam um tom muito formal, diferente de como ela costumava se comunicar com os colegas.

Durante a investigação, a polícia buscou registros hospitalares do casal, e descobriu que nenhum dos dois havia dado entrada em nenhum hospital no período em questão. É importante mencionar também, que em 2 de Junho os celulares foram misteriosamente desligados, mesmo dia em que as investigações tiveram início. Todavia, os telefones tinham localizações de GPS completamente diferentes.

A última mensagem enviada foi para o pai de Jeon e dizia “Está tudo bem!” Logo após o telefone foi desligado mas a polícia conseguiu localizar o celular que estava em Busan. Já o celular de sua esposa estava em Seul, cerca de 330km de distância.

Quem são os suspeitos?

A ex namorada do Sr. Jeon, chamada Jang não aceitou muito bem o término do relacionamento dos dois. Alguns amigos próximos informaram que ela apresentava comportamento instável e uma obssessão doentia pelo ex namorado. Por vezes chegou a mandar ameaças ao casal através de mensagens de texto.

A Sra. Jang casou-se duas vezes após o relacionamento com Jeon. Na primeira o casamento resultou em divórcio apenas um mês após a cerimônia. Especula-se que o atual marido tenha descoberto que ela ainda mantinha contato com o ex-namorado.

Em 2014 ela se casou novamente e mudou-se para Noruega, algumas fontes informam que após a mudança ela sofreu um aborto gestacional, o que a deixou bastante perturbada psicologicamente. Nesse período as ameaças ao casal aumentaram, com conteúdo mais violento e até “mirabolante”.

O medo do casal era real, não á a toa que foram contratados seguranças para a cerimônia de casamento, já que algumas mensagens continham frases como “nunca vou aceitar esse casamento, nunca vocês serão felizes!”

Jang estava na Coréia na época em que o casal desapareceu, informação que ela demonstrou fazer algum esforço para ocultar da família. Durante a estadia fez compras usando somente dinheiro, mesmo possuindo diversos cartões de créditos.

E dias antes da viagem fez o pedido de 10 milhões de Wons (moeda coreana) para a mãe, usando como justificativa o desejo de fazer uma viagem para a África.

Jang foi intimada a comparecer a Coréia para responder algumas perguntas sobre o caso. Desculpas evasivas foram dadas, como por exemplo o alto custo das passagens aéreas. Como ela não não compareceu, foi solicitado um pedido formal de prisão a Interpol.

Como ela não respondeu ao convite para voltar ao país, a polícia pediu uma procuração vermelha por meio da Interpol.

Eventualmente, Jang foi presa na Noruega em agosto de 2017 e esperava-se que fosse enviada à Coreia para investigação. No entanto, em dezembro, um tribunal norueguês decidiu indeferir a extradição dela, alegando que não havia provas suficientes de que Jang estava envolvido no caso de desaparecimento do casal. 

Jang, que ainda está na Noruega, continua a argumentar que nunca namorou Jeon, ao contrário do que dizem seus conhecidos e lamenta não saber do desaparecimento do casal.

O caso segue sem respostas

A investigação foi prejudicada no momento em que a corte norueguesa decidiu não extraditar Jang. O casal nunca mais foi visto e a família segue sem respostas.

A mãe de Jeon até fez uma viagem para Noruega, em parceria com uma emissora de televisão, onde procura Jang para indagá-la. Mas não houve encontro, o caso envolveu até a polícia, sendo a mãe forçada a voltar para o país de origem.

Algumas teorias mais fortes sugerem que o casal tenha se ausentado por vontade própria, ou que por medo de algum tipo de ameaça desconhecida tenha fugido às pressas. Fato é que esse caso bizarro permanece em aberto, deixando muitas pontas soltas e perguntas sem resposta.

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