Conhecido como Henry Howard Holmes, ou simplesmente H. H. Holmes, não foi apenas um assassino em série, mas sim o maior deles. Nasceu nos Estados Unidos, onde atuou no final do século 19. Seu nome era Herman Webster Mudgett, mas posteriormente alterou para o qual conhecemos hoje.
Ele é conhecido como o maior serial killer do mundo, matando mais de 200 vítimas. Oficialmente, confessou apenas 27 assassinatos quando já estava com sua sentença de morte expedida pelo juiz, mas não restam dúvidas que esse número é muito maior.
Apesar de ter matado tantas pessoas, Holmes foi condenado por apenas um crime: matou o seu comparsa assim como os filhos dele. Ele era um homem frio e calculista, as pistas que deixava eram raras, por isso, o número de vitimas total é incerto.
A história de vida de H. H. Holmes
Filho dos primeiro colonos que colonizaram a américa, Holmes sofria maus tratos por parte de sua família. Seu pai era alcoólatra e frequentemente batia nele. Enquanto sua mãe era extremamente religiosa e punia Holmes com longos períodos sem comida ou água para cada transgressão.
Mas não foi apenas a relação familiar que transformou Holmes em um assassino. Desde cedo ele mostrava sinais de psicopatia. Era conhecido por matar animais e realizar experimentos nos corpos mortos, e ainda os guardava, como forma de troféu.
Não existem provas de que Holmes tenha matado pessoas ainda quando criança, porém pessoas do seu círculo morreram sob circunstâncias muito misteriosas.
Em 1882, ele entrou na Universidade de Michigan, onde estudou medicina. Lá obteve muita experiência com cadáveres, e principalmente como dissecá-los. Foi através dessa prática que ele obteve seu primeiro “emprego”: roubar cadáveres, dissecar e vender ilegalmente para as faculdades.
Após se formar em medicina, ele estava com o futuro incerto, foi quando decidiu se estabelecer em Chicago, em 1885, e adotar o nome de Henry Howard Holmes, ou simplesmente H. H. Holmes.
Quando chegou na cidade, Holmes começou a trabalhar em uma farmácia. Posteriormente comprou esse mesmo estabelecimento onde trabalhava, através de pagamentos parcelados, porém não honrou com a dívida, e dado sua inadimplência, a senhora que lhe vendeu acionou seus advogados. Pouco tempo depois, ela sumiu e nunca mais foi vista.
Exposição Universal de 1893
Chicago naquela época era conhecida por ser uma cidade violenta, corrupta, cheia de doenças entre outras péssimas características, resultado de seu crescimento muito acelerado. O objetivo dos políticos era mudar essa má fama. Por isso, em 1893, recebeu a Feira Mundial de Chicago, para celebrar os 400 anos da chegada de Cristóvão Colombo.
Em 1871, a cidade havia sofrido um grande incêndio que destruiu boa parte dela, e a partir disso, para surpresa de todos, floresceu exponencialmente nos anos seguintes. Era um cenário apropriado a um evento que mostraria o crescimento do país: em menos de um século um vilarejo transformou-se em uma grande metrópole.
Para entender a grandiosidade do evento, nela foram apresentados algumas invenções como a roda-gigante, creme de leite, máquina de lavar louça, e vários outros objetos, bens, máquinas e comidas que utilizamos até hoje.
Grandes nomes da época participaram do evento, e mais de 26 milhões de pessoas passaram por ela. Ao total participaram 46 países, incluindo o Brasil. O evento era a distração perfeita para os planos de Holmes.
Não por acaso ele decidiu construir um hotel o mais próximo possível da praça onde ocorreria a feira, isso lhe daria os créditos para poder matar pessoas sem levantar suspeitas.
Construção do Castelo de Holmes, um hotel feito para matar
Havia um terreno vazio logo a frente da farmácia onde trabalhava, Holmes comprou-o e alguns meses depois começou a construção do seu hotel. Durante a obra, ele mudava constantemente os operários e os engenheiros, sua intenção era que somente ele soubesse cada detalhe da planta. Além disso, essa rotação ajudava no seu plano de não pagar as pessoas que ali trabalhavam.
Foi durante a construção que Holmes conheceu Benjamin Pitezel, um homem alcoólatra que estava a procura de emprego. Posteriormente ele veio a ser um grande comparsa do assassino, e o responsável pelo desfecho da vida de Holmes.
O prédio tinha três andares, o primeiro andar era destinado a lojas, enquanto o segundo e o terceiro andar eram quartos de hotéis, aproximadamente 30 cômodos em cada andar.
Muitos dos quartos escondiam uma passagem secreta, armários ocultos, olhos mágicos para que Holmes pudesse observar do lado de fora, grandes poços que desciam direto ao porão, onde ele torturava, matava, dissecava e queimava suas vítimas.
No porão ficava a câmara de tortura, mesas de operação para a retirada do órgãos das vítimas ainda vivas, um equipamento para esticar os corpos até se partirem, um forno para eliminar os restos mortais e outras ferramentas horríveis.
O forno foi um dos principais equipamentos para que Holmes conseguisse alcançar tantas vítimas. A maioria dos assassinos em séries são pegos por não conseguirem esconder o corpo das vítimas, mas com Holmes isso não acontecia.
Matança no hotel
Durante a feira o hotel ficou lotado, e Holmes tinha controle total sobre os quartos. Ele poderia encher qualquer quarto do hotel com gás asfixiante, tornando ainda mais fácil imobilizar suas vítimas. Ou então, em outro método praticado, ele entrava no quarto com um pano com clorofórmio, e em silêncio tirava a vida da hóspede — normalmente mulheres até 25 anos.
Para se livrar dos corpos, ele jogava pelas tubulações que havia construído para esse fim, e caía direto no porão, onde Holmes se desfazia dos restos mortais no tanque de ácido ou então no forno.
Os pertences mais valiosos das vítimas, Holmes ficava pra ele. Apesar do castelo de tamanho imponente, ele tinha problemas financeiros. Durante o evento é estimado que Holmes tenha feito algo em torno de 50 vítimas.
Plano de fuga
Já faziam diversos anos que Holmes estava devendo para muitas pessoas na cidade, ele construiu o castelo inteiro praticamente sem gastar nada, ele comprava os materiais e contratava as pessoas porém nunca as pagava. Então várias delas se juntaram, contrataram um advogado, e deram um ultimato: ele pagava suas dívidas ou ia preso.
Holmes estava com uma péssima fama na cidade. Ele tinha características clássicas de um trapaceiro. E assim como a maioria dos trapaceiros faria, Holmes decidiu que seria melhor não pagar ninguém e fugir da cidade.
Porém não podia deixar para trás tudo que havia construído. Por isso, resolveu colocar fogo no terceiro andar de seu castelo, com o objetivo de receber o dinheiro do seguro incêndio. Ele tinha assinado a apólice com quatro seguradoras diferentes somente com essa finalidade.
Mas para infelicidade de Holmes, o fogo foi apagado a tempo pelos bombeiros, possibilitando uma investigação mais detalhada do que realmente aconteceu.
Um investigador foi mandado para o local. Chegando lá, foi alertado quanto a péssima reputação de Holmes. Durante a investigação ele constatou que o incêndio começou em diversos pontos diferentes do terceiro andar, e todos ao mesmo tempo, um forte sinal de que o incêndio havia sido provocado.
Holmes conseguiu escapar das acusações, porém não conseguiu receber o dinheiro do seguro. Então foi a procura de outro plano para tentar ganhar dinheiro de alguma forma.
Junto com seu comparsa, Benjamin Pitezel, eles decidiram fugir de Chicago e aplicar golpes em outros lugares, essa seria uma opção melhor dada a atual reputação deles na cidade. Eles tentaram golpes em vários estados diferentes, até chegar no que seria o último plano de Holmes.
Assassinato de seu comparsa
Para resolver seu problema financeiro, convenceu Benjamin Pitezel a fingir ter morrido, assim ganhariam o dinheiro referente ao seu seguro de vida e repartiriam o dinheiro.
Holmes certificou que conseguiria um cadáver muito parecido com o de Benjamim, e isso seria o suficiente para a seguradora pagar para a viúva do “morto”.
Mas eles precisavam da cooperação da mulher de Benjamin, pois ela quem receberia o dinheiro, e teria que repassar a parte de Holmes a ele. A mulher relutou bastante, porém aceitou.
O que Benjamin e sua mulher não sabiam, é que o objetivo do Holmes não era conseguir um cadáver muito parecido com o de Benjamin, mas sim matar ele mesmo. Mas dessa vez Holmes não teria que apenas matar Benjamin e depois se desfazer do cadáver, ele precisava convencer as autoridades que a morte ocorreu naturalmente.
O plano de “fingir” a morte de Benjamin obteve sucesso, mas levantou diversas suspeitas. Ao menos Holmes havia conseguido que a seguradora pagasse a apólice para a viúva. A essa altura ela ainda acreditava que seu marido estava vivo.
Holmes teve tempo de convencer a viúva a transferir todo o dinheiro do seguro para ele, além disso, manipulou-a e fez com que ela deixasse três de seus cinco filhos sob sua custódia.
Então ele fugiu para o Canadá, com o dinheiro e os três filhos de Benjamin. Holmes matou as três crianças posteriormente. Nesse ponto a polícia estava fazendo uma grande busca por ele, onde veio a encontrá-lo.
Morte de Holmes
As provas dos assassinatos de Benjamin eram mais sólidas. Por isso os investigadores só o julgaram e condenaram por esse crime. Holmes recebeu a sentença de morte em 1896, e morreu enforcado na Filadélfia, aproximadamente uma semana antes de completar 35 anos de idade.
Diferente do que alguns livros relatam, o castelo permaneceu em pé até a década de 1930, quando o governo comprou e o demoliu, com a finalidade de construir uma agência dos correios, que foi inaugurada em 1938 e funciona até hoje — no início do texto postamos uma foto do castelo na década de 1920, pouco antes de ser demolido.
Esse é um resumo sucinto de um caso bastante longo, existem grandes livros com milhares de páginas que retratam essa história com muitos detalhes, caso tenha interesse em adquirir, essa é uma opção que recomendamos.