Nascida em 31 de Janeiro de 1957, no Texas. Carla Jan Walker tinha três irmãos homens e três irmãs mulheres. A família morava em Fort Worth, Texas.
Durante a adolescência Carla Walker era Cheerleader, enquanto seu namorado, Rodney Roy McCoy, era zagueiro titular do time de futebol americano da escola. Os dois mantinham um ótimo relacionamento, nunca brigavam e estavam sempre juntos.
Noite de dia dos Namorados
Em 17 de fevereiro de 1974, Carla tinha 17 anos. Na companhia do namorado, a garota acabara de sair de um baile de dia dos namorados na Western Hills High School onde estudavam.
Ela usava um vestido de festa azul, o casal tinha jantado em um restaurante de frutos de mar e depois passado um tempo com outro casal de amigos antes de ir para uma pista de boliche, onde foram para usar o banheiro.
Em seguida seguiram para um estacionamento da região, bem conhecido por reunir jovens para diversão. Segundo Rodney, os dois ficaram no carro, conversando e bebendo um pouco.
Ataque Surpresa
Os dois conversavam e namoravam no carro, Carla estava sentada de costas para porta. Sem que nenhum dos dois percebesse um homem abriu a porta do carro, de surpresa e com tanta força que Carla caiu para trás e foi segurada pelo agressor.
O casal não reconheceu o homem, ele estava armado com uma pistola e começou a dar ordens, ameaçando Rodney e rapidamente começou a agredí-lo com golpes repetidos na cabeça até que o namorado da garota viesse a desmaiar.
Rodney conta que Carla implorou ao homem que parasse de atacar Rodney, e que ele concordaria fazer o que ele quisesse desde que deixasse seu namorado vivo. Por conta desses flashs o garoto acredita que foi golpeado muitas vezes, e lembra que o homem apontou a arma para sua cabeça e chegou a apertar o gatilho, mas a arma não disparou.
Uma das últimas frases que Rodney lembra ter ouvido de Carla é “Vá buscar o meu pai…”
Rodney retoma a consciência horas depois
O garoto acorda completamente machucado, a roupa encharcada de sangue. Procura por Carla, não a encontra e começa a andar pelo estacionamento em sua busca.
A única coisa que Rodney encontra é a bolsa de Carla. Ele então dirige desesperado até a casa dos pais da vítima.
Aflito bate na porta, gritando e dizendo “eles levaram ela, eles levaram ela…”, a irmã mais velha de Carla, Cintia de 18 anos abre a porta e encontra o jovem em estado de choque, machucado e completamente descontrolado.
Rodney conta para a família o que aconteceu. Prontamente a mãe de Carla liga para a emergência solicitando uma ambulância para o garoto enquanto o pai entra em seu carro e vai até o estacionamento. A polícia é acionada neste momento.
Começam as buscas
A polícia ouve o depoimento de Rodney, ele diz a polícia que o sequestrador era um jovem com cerca de 20 anos, de cabelos curtos e ondulados, sotaque do Texas e vestindo um colete verde brilhante sem mangas e um chapéu de cowboy branco.
Imediatamente a procura começa. Foram feitas buscas a pé, de carro, a cavalo e até com o uso de um helicóptero.
Carla foi procurada em todos os lugares possíveis. Durantes as primeiras 48h nada foi encontrado, nem sequer uma pista ou telefonema. A família estava sem chão.
Corpo encontrado três dias depois
72h após o crime, em uma vala de drenagem aberta em uma rua perto do Lago Benbrook, cerca de 30km do local onde Carla estava, seu corpo foi encontrado. Parcialmente vestida, suas roupas tinham sido rasgadas e os pais conseguiram identificar o corpo pelas joias espalhadas no local antes mesmo de verem o corpo.
Semelhança com o caso Becky Martin
Um investigador chamado Din Mitter, encontrou semelhanças entre os dois casos. Segundo ele, elas tinham características semelhantes, eram loiras, pequenas, magras e muito bonitas. O assassinato de Becky ocorrera um ano antes, em 1973 em uma faculdade no sul do Texas.
Os restos mortais de Becky Martin foram encontrados na mesma região em que o corpo de Carla. Nunca foi encontrada nenhuma pista ou suspeito, e por bastante tempo a polícia pensou ser obra de um Serial Killer.
Autópsia do corpo de Carla
Segundo médicos legistas, Carla foi torturada e violentada por 3 dias, tendo a causa da morte como estrangulamento. Exames toxicológicos revelaram que ela havia recebido várias injeções de morfina, um sedativo forte e de compra restrita e controlada.
A polícia ficou intrigada, começaram a se perguntar como o assassino teve acesso a essa medicação. A investigação partiu deste ponto, era uma pista importante, mas que infelizmente não levou a nada.
Rodney sente culpa
Uma das grandes dores de Roy, era que o casal sempre costumava trancar as portas do carro. Mas naquele dia em especial o garoto estava usando o carro da mãe, que apresentava maior dificuldade no funcionamento na tranca.
Carla achava que tinha trancado, mas na hora em que o sequestrador força a porta a tranca cede e eles percebem que não haviam baixado o pino o suficiente.
Ele conta que se sente culpado, que pensa todos os dias que deveria ter revisado a tranca e talvez isso não tivesse acontecido, teriam um tempo de reação maior.
Investigação
Mais de 200 ligações com dicas e informações foram recebidas pela polícia. Foi estabelecida uma recompensa para quem desse alguma informação relevante.
Um dos primeiros suspeitos levantados foi tratado como uma “pessoa de interesse”, ou seja, não havia nenhuma prova ou evidência de envolvimento do caso mas por algum motivo o radar policial precisava estar atento.
Glen Samuel Mccurley tinha 31 anos na época. Ele tinha passagens policiais por roubo de carro. Os registros estaduais mostram que ele ficou por pouco tempo na prisão, ganhando direito a liberdade condicional em abril de 1961.
Na época Glen acabara de sair da prisão, ele morava cerca de 1,5km do local onde Carla foi sequestrada. Recentemente havia comprado uma arma, uma Ranger calibre 22 e a mesma foi roubada mais ou menos na época do caso.
Quando questionado sobre o motivo pelo qual não relatou o roubo, Glen disse a polícia que ficou com medo, pois era um ex-presidiário.
O suspeito também disse que após sair das grades levava uma vida tranquila com sua família, era casado e tinha dois filhos, trabalhava e saia para pescar como hobby. Ele alegou que no dia do crime estava em casa, mas que sua esposa não poderia confirmar o álibi já que estava viajando visitando parentes.
No dia do sequestro Glen trabalhou até 16h30min como motorista de caminhão, e nos dias seguintes havia pegado uma folga prolongada.
Ele negou qualquer ligação com o caso, disse que não conhecia a vítima e a polícia, por sua vez, não tinha provas consistentes.
A investigação focou em outros suspeitos, mas nada consistente foi levantado. E o caso permaneceu parado pelos anos seguintes.
19 de Abril de 2019, a polícia divulga uma carta recebida
O autor da carta era anônimo, apontava um nome e dizia que este era o assassino. A polícia acreditou que divulgando a carta recebida em 1974 alguém pudesse reconhecer a escrita e novas informações movimentassem o caso.
Fica a incógnita de porquê a carta só foi divulgada tantos anos depois, já que parecia ser a maior prova do caso. A polícia nunca respondeu a essa dúvida.
A família de Carla nunca perdeu a esperança de fazer justiça, os irmãos eram muito ativos nas investigações.
DNA do assassino é encontrado
Em 2020, amostras de DNA, foram recolhidas das roupas de Carla e enviadas a um moderno laboratório privado.
Foi usada uma tecnologia pioneira na identificação completa do perfil genético do criminoso.
A amostra, após muita análise, resultou em três possíveis irmãos McCurley. Glen Samuel Mccurley volta ao caso, dessa vez com fortes evidências graças a tecnologia.
Polícia visita McCurley
Em 7 de julho de 2020, investigadores coletaram lixo da casa de Glen e levaram para o laboratório. Amostras de saliva foram retiradas de copos e garrafas descartadas, e no dia 4 de Setembro o laudo pericial mostrou que uma das amostras correspondia com o DNA masculino retirado das roupas de Carla.
Seis dias após, em 10 de setembro desse mesmo ano, policiais visitam McCurley e foram convidados a entrar. O homem manteve a mesma versão de 1974, e reafirmou sua inocência. Glen concorda em dar uma amostra de DNA a polícia e até assinou um termo de consentimento.
E mais uma vez o DNA correspondeu, dessa vez com uma amostra retirada do sutiã de Carla Walker.
Justiça para Carla, Glen é preso
Com 78 anos, em 22 de Setembro de 2020, Glen Samuel McCurley foi preso por conexão com o assassinato de Carla Jan Walker. Foi detido e acusado de homicídio culposo com fiança de 100 mil dólares.
Os detetives acreditam que o crime foi aleatório, vítima e assassino não se conheciam. Nos últimos 40 anos McCurley levou uma vida normal e a princípio não é suspeito de outros crimes.
Um dos irmãos de Carla deu uma entrevista coletiva após a prisão, emocionado conta que por muitas vezes chegou a pensar que nunca sua irmã receberia justiça, mas que hoje sentia-se aliviado e agradeceu o trabalho policial.
Ao todo foram 46 anos, 5 meses e 3 dias até a prisão do assassino.
A esposa de Glen não foi identificada, mas disse que ficou chocada e que jamais imaginou que o marido fosse capaz de tamanha atrocidade.
Julgamento
Glen foi sentenciado a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. A família de Carla ficou satisfeita com a pena.
Podcast
Existe um podcast em inglês que conta o caso de Carla, rico em detalhes. Vale a pena acessar, e muito da minha pesquisa foi retirada de lá.
O que mais me intriga é que os policiais não fizeram questionamentos sobre o porquê ele matou ela, como conseguiu a morfina, nem quem mandou a carta pra eles. E muito menos investigaram se ele tinha relação também com o outro caso de Becky Martin. Pra mim, a policia sabe quem mandou a carta e já sabia que McCurley era o culpado, só que por algum motivo não o prenderam.
Acredito que esse tipo de detalhe exista em algum podcast ou vídeo do youtube, tenta dar uma pesquisada…