Christopher Jenkins, ou simplesmente Chris Jenkins tinha 21 anos na época do crime e era estudante de administração da faculdade de Minesota. Descrito pelos professores como um aluno aplicado, também era capitão da equipe de Lacrosse da universidade, um esporte bastante popular na América do Norte.
31 de Outubro de 2002, feriado de Halloween
Na noite do Halloween de 2002, Chris juntamente com sua namorada Ashley e mais uns amigos deram uma festa em seu apartamento. Por volta das 22h30min o grupo decide ir a um bar, todos estão fantasiados e Chris usa uma fantasia de índio. A roupa não possuía bolsos, então Ashley tratou de guardar sua carteira, dinheiro e documentos em sua bolsa.
A certa altura da madrugada Chris parece estar bastante alcoolizado e acaba por derrubar bebida em suas calças. O segurança, ao ver tal cena, expulsa o garoto do bar acreditando que ele havia urinado na própria roupa e estava perturbando os frequentadores. Chris até tenta se explicar, mas o segurança sequer o ouve.
Chris Jenkins não tinha chaves, dinheiro ou celular
Fazia muito frio naquela noite e o garoto acaba por ficar sozinho na rua sem roupas quentes, pertences ou celular. O segurança envolvido no caso se chamava Mike, ele era colega de trabalho de Ashley, visto que a namorada de Chris trabalhava como garçonete durante a semana no bar. Mike tinha sido apresentado a Chris, e o conhecia.
Segundo relatos, após a expulsão de Chris, Mike se aproximou de forma estranha a Ashley, a convidava para dançar e no final da noite se ofereceu para levá-la em casa. Acredita-se que os amigos e a namorada não se preocuparam tanto com a expulsão de Chris porque estavam muito bêbados ou acreditavam que ele iria pra casa e no dia seguinte dariam boas risadas sobre o acontecido.
Começam as buscas por Christopher Jenkins
Pela manhã Chris ainda não havia retornado. A família começa uma busca sem sucesso e imediatamente reportam o desaparecimento à polícia, que fez pouco caso já que se tratava de um jovem bêbado e expulso de uma festa por perturbação da ordem. Mesmo assim, familiares e amigos continuam uma busca não oficial.
Um investigador particular foi contratado pela família de Chris, e sua primeira atitude foi assistir a filmagens de câmeras de segurança ao redor de uma ponte, que era caminho para o apartamento do garoto. Chris não foi visto nas imagens.
No dia seguinte o investigador conversa com funcionários do bar, que apresentam outra versão: Chris não teria sido expulso, e sim saiu do bar por vontade própria. O dono do bar se sente ameaçado com as perguntas, contrata um advogado e consegue uma ordem de silêncio, onde nenhum funcionário do bar falaria nada a ninguém sem ser devidamente intimado.
Testemunhas também disseram que viram um grupo de mais ou menos dez pessoas atacarem um jovem em frente a um restaurante, bem próximo do bar. Tudo isso teria acontecido após a meia noite, mas não puderam informar com clareza as características desse jovem.
A polícia assume o caso e cães farejadores levam até a uma garagem próxima ao restaurante citado pelas testemunhas. Penas também são encontradas na calçada, que poderiam pertencer a fantasia de Chris e pingos de sangue são notados pelo chão. Porém as autoridades fizeram pouco caso dessas evidências, e nem sequer as analisaram.
A investigação particular avança
Fica comprovado que a garagem onde os cães farejaram rastros do garoto, havia sido utilizada a poucos dias por um dos seguranças do bar. A polícia é avisada e faz uma busca no carro de Mike, cães farejam rastros de Chris no veículo. Novamente essa evidência foi ignorada, a justificativa evasiva da polícia é de que Mike tem uma esposa e filhos, e eles não o iriam perturbar sem uma prova concreta.
Corpo encontrado no rio
No dia vinte e sete de fevereiro de 2002, uma pessoa passava pela mesma ponte citada anteriormente. Sua atenção se volta a algo que parece um corpo, preso em galhos e com uma parte submersa no rio. Uma ligação é feita para a polícia que rapidamente chega ao local. O corpo é identificado como sendo de Chris Jenkins.
A principio tudo indica que Chris tenha caído acidentalmente da ponte devido ao seu estado alcoólico, ou que tenha cometido suicídio e o corpo tenha permanecido ali pelos 188 dias que se sucederam. A autópsia mostrou que o nível alcoólico no sangue estaria entre 0,9% a 0,12% e que os dois lobos do pulmão de Chris pesavam menos do que um lobo pulmonar normal, mas Chris era atleta e saudável, possuía ótimo condicionamento físico.
A autópsia sugere um novo cenário
Em uma das mãos de Chris foram encontrados fios de cabelos com sangue, que demonstraram não pertencer ao garoto e sim a uma segunda pessoa que não pôde ser identificada devido a contaminação da amostra. Ele ainda vestia a fantasia de índio, estava com os dois sapatos nos pés e não possuía arranhões ou qualquer outra marca que pudesse indicar luta corporal.
O investigador e a família de Chris se recusam a acreditar nas hipóteses de morte acidental ou suicídio, e sim que o jovem tenha sido mantido preso por um tempo e depois morto. O caso foi arquivado no mesmo ano por “falta de pistas”.
Caso reaberto, tudo começa a fazer sentido
Em 2006, um xerife de Minesota opta por reabrir o caso e revisar os arquivos. Um homem testemunha que viu Chris sendo empurrado da ponte naquele dia por outro homem. O xerife segue essa pista, mas acha estranho, uma vez que Chris era um garoto forte e a ponte tinha uma mureta de concreto, dificilmente um homem sem ajuda o dominaria e o empurraria tão facilmente.
Um investigador forense envolvido na reabertura do caso também sugere que Chris não morreu afogado, visto que vítimas de afogamento geralmente são encontradas de barriga para baixo e com os braços abertos. O corpo de Chris foi encontrado de barriga para cima, a cabeça ligeiramente lateralizada, os punhos fechados e os braços cruzados em “X” sobre o peito.
Outro fato intrigante é que na noite em que Chris foi expulso do bar, esse mesmo rio estava congelado e se manteve assim até meados de janeiro. Se o corpo do garoto estivesse mesmo ali, seria rapidamente encontrado devido ao gelo que impedia a formação de uma correnteza.
A nova investigação sugere que o corpo de Chris teria entrado na água cerca de 1km do local onde foi encontrado, e haviam insetos sob a sua pele, animais estes que jamais sobreviveriam ao rigoroso inverno americano. Tudo indica que o corpo de Chris Jenkins tenha sido lançado no rio no mesmo dia em que foi encontrado.
Principais Teorias
Na época do caso, em 2002, a polícia tinha um forte suspeito: Jeremy Alford. Ele era um frequentador assíduo do bar e já tinha ficha criminal por ter matado um homem chamado Douglas Muller. Jeremy supostamente tinha um forte álibi para aquela noite e foi descartado.
Muita gente também acredita na hipótese de suicídio, porém essa teoria é mais fraca, devido as provas e o desenrolar do caso.
Chris também poderia ter sido morto por Mike naquela noite em 2002. Seu corpo teria sido mantido escondido durante 188 dias e por algum motivo, ou mesmo para forjar um suicídio, Mike se livrou dele jogando-o no rio. A polícia de fato nunca encarou o segurança como um potencial suspeito, e a investigação aponta muitas falhas nesse ponto.
E a última teoria, e também a mais aceita, é de Chris tenha sido vítima de uma gangue que atuava na época: The Smile Face Gang. Um grupo de serial killers que atuavam juntos e tinham como alvo jovens do perfil de Chris.
Ao todo eles fizeram cerca de quarenta e cinco vítimas, em onze estados e vinte e cinco cidades dos EUA. Todas as vítimas desapareceram após saírem de um bar. Dos 43 casos da gangue, 45 foram considerados mortes acidentais, menos os casos Chris Jenkins e Patrick McNeill.
O caso Patrick McNeill é bastante parecido com o de Chris, ele era estudante e sumiu após sair de um bar. Seu corpo também foi encontrado virado para cima em um rio perto de um acampamento em West River, com insetos sob a pele. A causa da morte foi dada por estrangulamento.
Os membros da gangue atuavam sempre drogando suas vítimas. Acredita-se que Chris foi dopado e um saco foi colocado em sua cabeça e ele teria acabado por morrer asfixiado lentamente, o que explicaria o peso desconforme de seus pulmões.
Mesmo com todos estes detalhes o caso de Chris permanece até hoje sem solução.