No ano de 2012, Tia Sharp morava com sua mãe, Natalie, e seus dois irmãos mais novos em Londres. Era comum que a garota passasse alguns feriados e finais de semanas na casa da avó, Christine, que ficava na mesma cidade.
Na época do caso Tia Sharp tinha 12 anos de idade, era bastante independente e costumava andar de ônibus e metrô pela cidade sozinha.
A avó de Tia tinha um companheiro, Stuart Hazell então com 37 anos. Ele tinha um ótimo relacionamento com a família e convivia com a garota desde que ela era bebê.
O último final de semana
Em 2 de agosto de 2012, ficou combinado que Tia iria para a casa de sua avó. Ela parecia bastante empolgada, já que lá havia mais espaço, privacidade e um quarto só para ela.
Naquele dia em especial, a mãe de Tia a levou até o ponto de ônibus e ficou combinado que Stuart a esperaria na estação perto da casa da avó. Christine trabalhava a noite, então os dois passariam um tempo jogando videogame e logo após Stuart ficaria responsável por cuidar de Tia até a manhã seguinte.
Como combinado, Stuart buscou a menina no ponto de ônibus e os dois foram flagrados comprando alimentos em uma câmera de segurança de mercado.
Dia seguinte
No início da tarde de 3 de agosto de 2012, Christine retornou do trabalho e perguntou a Stuart onde estava Tia. Ele respondeu que ela havia saído por volta do meio dia para comprar sapatos na cidade, mas que avisou que voltaria até 18h.
A avó ficou tranquila, já que Tia costumava andar sozinha pela cidade. No final da tarde ela ainda não havia voltado e seu celular estava desligado. Christine decidiu ligar para a filha Natalie, perguntando se de repente a garota havia voltado para a casa da mãe, mas ela também não tinha nenhuma notícia.
A mãe da garota desparecida foi de encontro a avó e Stuart e os três começaram uma busca pelos arredores, acreditando que Tia tivesse perdido o ônibus mas rapidamente tomaria outra condução e voltaria para a casa da avó. Às 22h daquele dia, sem o retorno da garota, a família decide acionar a polícia.
Investigação por desaparecimento
Stuart foi a última pessoa a vê-la, a polícia tomou seu depoimento e a partir daí passou a revisar mais de 800 horas de gravações de câmeras de segurança da região. Tia não apareceu em nenhuma imagem.
A rota do ônibus foi refeita pelas autoridades, e uma busca na casa revelou que o celular de Tia e sua bolsa haviam ficado no quarto. Isso só trouxe mais preocupação à mãe, que estava extremamente nervosa.
O caso recebeu bastante atenção da mídia por ser um desaparecimento de criança. Voluntários ajudaram nas buscas e uma cobertura televisiva foi feita durante todo o tempo de investigação.
Surge uma suspeita
O trabalho da polícia estava sendo intenso e cansativo, já que Tia não havia sido flagrada por nenhuma câmera, sejam elas perto do ponto de ônibus ou até mesmo na cidade vizinha onde, segundo Stuart, ela teria ido.
Sem qualquer evidência, uma suspeita voltou-se para Stuart. Os investigadores começaram a achar que talvez a história dele fosse uma mentira, e quando questionado novamente ele ficou furioso.
Stuart solicitou uma entrevista de televisão para limpar seu nome, e então no dia 9 de agosto ele deu uma declaração dizendo que era incapaz de machucar Tia, a amava como uma neta, colaborando totalmente com a investigação e fornecendo todos os detalhes que lembrava.
O cerco se fecha
Um dia após a entrevista, em 10 de agosto de 2012, Christine acordou pela manhã sentindo um forte cheiro de algo estragado em sua casa. De início ela não conseguiu identificar de onde vinha e resolveu esperar Stuart voltar, já que ele havia saído para buscar um jornal.
Nessa mesma manhã a polícia ligou para a avó de Tia informando que fariam outra busca em sua residência. Era a quarta vez em que verificavam a casa, e seguindo o cheiro forte foram até o sótão, onde o corpo de Tia estava nu, envolto em um lençol dentro de um saco plástico.
Ao lado do corpo havia uma bolsa de roupas e um par de óculos quebrados. O calor que fazia na época favoreceu a aceleração do processo de decomposição, mas amostras de DNA confirmaram que o cadáver pertencia a menina.
Como a mídia estava fortemente envolvida, as notícias correram rapidamente. A população não recebeu muito bem a informação de que o corpo só havia sido encontrado na quarta busca e fortes críticas foram feitas ao trabalho policial.
Tudo parecia levar até a Stuart, já que naquela manhã ele havia sido e não retornou nunca mais. A polícia o classificou como um suspeito foragido.
A ajuda do público foi solicitada em rede nacional. Já que as pessoas conheciam sua aparência e a cor de seus olhos devido a entrevista do dia anterior, não demorou muito para que ele fosse localizado em um parque da cidade, bastante alcoolizado.
Perguntas a serem respondidas
Com a captura de Stuart, a investigação voltou-se para a avó de Tia Sharp, já que os dois dividiam a casa, era necessário interrogá-la. Outro ponto importante, foi o depoimento de Paul Meehan, um vizinho. Ele afirmou ter visto Tia Sharp sair de casa ao meio dia, fortalecendo a história de Stuart.
Porém Paul Meehan foi acusado de desperdiçar o tempo da polícia, já que as autoridades passaram muitas horas pesquisando câmeras de segurança enquanto Tia Sharp não havia sequer saído de casa.
A causa da morte de Tia não pôde ser determinada, mas a autópsia acredita que ela foi morta ente a noite de 2 de Agosto e a manhã de 3 de Agosto de 2012. Houve uma suspeita de estrangulamento, mas isto nunca foi provado.
Mudando as versões
A polícia solicitou que Stuart contasse o que aconteceu de fato, e neste momento uma segunda versão foi apresentada. Segundo o marido da avó, Tia Sharp havia caído da escada e morrido, e que ele só a encontrou no dia seguinte pela manhã, já que estava muito bêbado.
Continuando a nova versão, disse que de início não se preocupou muito, mas conforme foi recuperando a sobriedade percebeu que precisava esconder o corpo. Stuart afirmou que não queria que Christine sofresse com a morte da neta ou o culpasse por não cuidar da garota.
Essa história não sustentou-se por muito tempo, já que o estado em que o corpo foi encontrado não batia com a cronologia exposta por Stuart. Principalmente pelo corpo despido, visto que não faria sentido tirar sua roupa após a queda de uma escada.
Cartões de memória são encontrados
Stuart mantinha uma coleção de cartões de memória escondidos, que foram encontrados pela polícia. Neles haviam centenas de fotos e vídeos de Tia Sharp gravados sem consentimento e em situações inocentes, como hidratando as pernas, tomando banho e até mesmo dormindo.
O histórico do computador de Stuart revelou que ele fantasiava há muito tempo com a menina. Com frequência, assistia pornografia de incesto e procurava meninas de cabelo castanho, aparência jovem e óculos no conteúdo adulto que acessava.
E como se não bastasse, foram encontradas fotos do corpo de Tia já morta, em posições sexuais. Imagens, que sem dúvida, ele queria manter para alimentar sua fantasia doentia. Haviam também fotos de Stuart em posições sexuais e usando objetos para satisfazer seus desejos.
Nunca ficou claro se Stuart tinha realmente a intenção de matá-la, já que a garota pode ter sofrido abuso e ameaçou contar o que aconteceu. Quando Stuart viu-se sem saída, pode ser que tenha decidido ceifar sua vida.
A condenação de um monstro
Foi anunciado em 26 de novembro de 2012 que Stuart Hazell seria julgado em maio de 2013. Em 7 de dezembro, a polícia anunciou que Christine Bicknell não enfrentaria acusações.
Paul Meehan que foi acusado de desperdiçar o tempo da polícia, apareceu no Tribunal de Magistrados de Croydon em 28 de fevereiro de 2013. Ele negou a acusação e foi libertado sob fiança para um julgamento de um dia em 29 de julho.
Stuart Hazell declarou-se inocente de assassinato quando compareceu ao tribunal em 8 de março de 2013, o julgamento de Hazell começou em 7 de maio de 2013.
Em 13 de maio, Stuart mudou sua confissão para culpado e foi condenado à prisão perpétua em 14 de maio com uma pena mínima de 38 anos, o que significa que ele terá 75 anos antes de ser elegível para liberdade condicional.
Em 5 de agosto de 2013, Paul Meehan foi considerado culpado de desperdiçar tempo da polícia e condenado a cinco meses de prisão.
Busca por pornografia infantil na internet
Em novembro de 2013, como resposta aos assassinatos de Tia Sharp e April Jones, os mecanismos de busca Google e Bing modificaram seus sistemas para bloquear resultados de buscas destinadas a produzir imagens de abuso infantil.
Muito bom seu Blog, vc explica de maneira simples, mas sem perder os detalhes, e isto faz uma grande diferença…Continue sempre atualizando, pois tens uma fã…
Bjs e tudo de bom.