Helen Elizabeth Bailey nasceu em 22 de agosto de 1964, na cidade de Ponteland, Inglaterra. Desde jovem ela sempre se interessou pela escrita, mas acabou formando-se Fisiologista, em Londres, com a intenção de ser uma cientista forense.
Pouco tempo depois mudou de ramo: Helen passou a trabalhar com marketing relacionado a desenhos animados e filmes. Em 1996, como secretaria, ela conheceu e casou-se com John Sinfield, diretor de uma empresa de licenciamento de filmes.
Retomando a paixão pela escrita, Helen Bailey escreveu uma série de cinco livros voltados para o público adolescente chamada Electra Brown, o feito de maior sucesso em sua carreira. Além disso produziu outras obras de conto, ficção infanto juvenil e livros ilustrados.
Morte por afogamento e solidão
Enquanto o casal passava férias em Barbados, John, marido de Helen infelizmente faleceu devido a um afogamento enquanto nadava em alto mar. Eles estavam juntos há 22 anos e casados há 15.
O luto foi muito difícil para Helen, ela chegou a descrever seus sentimentos de solidão em algumas obras literárias, também deu entrevistas para a televisão e manteve fóruns na internet onde trocava experiências com pessoas que vivenciaram perdas.
Ian Stewart, uma nova chance para o amor
Em outubro de 2011, Helen conheceu Ian Stewart. Os dois tinham muitas coisas em comum, incluindo o fato de ambos serem viúvos.
Ian tinha dois filhos adultos e o casal rapidamente passou a morar junto.
Ligação para Emergência
Em abril de 2016, Ian ligou para o polícia relatando o desaparecimento de Helen, então com 51 anos. Ele afirmou tê-la visto pela última vez no dia 11, onde saiu para passear com o cachorro, todavia nem ela e nem o animal retornaram para casa.
Segundo Ian, havia um bilhete sobre o balcão, escrito por Helen. No pedaço de papel ela dizia que estava enfrentando problemas pessoais, precisava passar um tempo sozinha e estava indo para a casa de férias que mantinham em outra cidade.
O marido afirmou que dirigiu até o local onde Helen disse estar e não havia qualquer sinal dela ou do cão. Ela simplesmente havia sumido, algo que não era compatível com sua personalidade.
É importante mencionar que durante a ligação para a emergência, quando a atendente solicitou características físicas e dados pessoais de Helen, tais como cor dos olhos, altura e data de nascimento, Ian não soube dizer e mostrou-se desconcertado.
Em certo momento durante o telefonema, ele pede que a atendente aguarde a procura de algum documento com a data.
Dias se tornam semanas sem respostas
Logo nos primeiros dias, a polícia verificou a casa de Helen diversas vezes e procurou por qualquer pista, mas nada foi encontrado. Semanas se passaram e os investigadores decidiram tomar um novo depoimento de Ian.
Quando solicitado que repetisse os acontecimentos daquele dia, Ian mostrou-se evasivo, dizendo que não se lembrava muito bem. Ele narrou a história de maneira superficial, o que soou bastante estranho, pois não seria o comportamento habitual de quem passa por uma situação traumática não solucionada.
Em uma nova visita na casa de férias, a polícia percebeu que o celular de Helen havia se conectado ao Wi-Fi do imóvel por alguns minutos no dia 16 de Abril. Sua conta bancária também teve movimentação, o que poderia sugerir uma fuga de fato.
Helen mantinha duas contas bancária, uma pessoal e outra conjunta com seu marido. Nos dias que se seguiram a polícia acompanhou movimentações estranhas na conta do casal com um aumento exponencial do limite de cartão de crédito e compras realizadas em seu nome.
Ficou nítido que era Ian quem estava a movimentar os cartões. A suspeita tornou-se muito mais sólida quando, em um feriado, ele simplesmente viajou e se hospedou em um hotel na Espanha.
Momento certo para a captura
Em 11 de Julho de 2016, três meses após o desaparecimento de Helen Bailey, Ian Stewart foi confrontado em sua casa. Por lá uma busca intensa foi realizada atrás de qualquer evidência, e finalmente os restos mortais de Helen foram encontrados em uma fossa na garagem da residência.
Ao lado de seu corpo estava também o corpo do pequeno cão, chamado Boris. A causa da morte foi dada por asfixia, mas os peritos não concluíram se Helen foi sufocada e depois levada até o local ou se acabou por asfixiar-se devido ao ambiente fechado.
Em todas as outras buscas realizadas na casa, o carro de Ian sempre estava estacionado sobre a abertura da fossa, não despertando nenhuma suspeita.
Em 16 de julho de 2016, Ian foi acusado formalmente de assassinato, levando consigo o agravante de ocultação de cadáver. Ele foi detido em 12 de outubro do mesmo ano, onde seguiu alegando inocência e seu julgamento foi marcado para janeiro de 2017.
Detalhes importantes
Durante o julgamento a promotoria alegou que Ian já vinha drogando Helen com remédios para dormir meses antes de cometer o crime. Tal acusação teve o reforço de alguns familiares da vítima, que testemunharam momentos em que Helen tinha muito sono e queixava-se constantemente de cansaço.
Quanto ao sinal de celular conectado ao Wi-Fi da casa de férias, a acusação chamou de “muito oportuno”, alegando que Ian o fez propositalmente dias após no intuito de desviar o foco da investigação e forjar elementos que fortalecessem a teoria de uma fuga voluntária.
Mais tarde, o júri foi informado pelo irmão de Helen que em uma visita que fez a casa, a mulher chegou a brincar com ele que a fossa da casa parecia bastante grande e seria um ótimo lugar para esconder um corpo, logo após ela riu e os dois seguiram conversando.
Ele afirma que neste momento Ian estava presente e mostrou-se pensativo com a colocação da esposa, ao contrário dele e da irmã que acharam a colocação engraçada.
Durante o tempo que Helen estava desaparecida, Ian tentou vender alguns imóveis da esposa utilizando uma procuração. Ele chegou a assinar a venda de um apartamento na mesma tarde em que Helen desapareceu, dizendo ao advogado que havia vindo sozinho, já que ela não estava se sentindo bem.
A defesa alega sequestro, finalmente um veredito é dado
Dando provas em sua defesa, Ian Stewart alegou que Helen e seu cachorro foram sequestrados em 11 de abril de 2016 por dois homens chamados Nick e Joe. Ele afirmou que não havia contado à polícia sobre isso “para manter Helen segura” e que os sequestradores exigiram um resgate de £ 500.000.
Chegou a dizer ainda que havia falado com ela pela última vez em um celular pertencente a um dos homens em 15 de abril.
Em 22 de fevereiro de 2017, o júri considerou Ian Stewart culpado do assassinato de Helen Bailey e o condenou a prisão perpétua com uma pena mínima de 34 anos, o que significa que ele terá 90 anos quando se tornar elegível para liberdade condicional.
Ian não estava no tribunal para ouvir sua sentença. O detetive que liderou a investigação do assassinato o chamou de “narcisista, ganancioso e perverso”.
Já que o acusado nunca confessou o crime, é impossível saber a real motivação, mas acredita-se que seja financeira já que Helen tinha um patrimônio considerável. Ela possuía uma casa de alto padrão e também um seguro de vida significativo, além do valor que recebia sobre os direitos autorais de suas obras.
Após a condenação de Stewart, a polícia começou a reexaminar a morte de sua primeira esposa, Diane, em 2010 que faleceu aparentemente por causas naturais devido a um quadro de epilepsia. Ele alegou inocência e irá a julgamento em março de 2022.
Alguém sabe no que deu o julgamento dele sobre a ex esposa?
Ele também foi condenado à pena de prisão perpétua pelo homicídio da primeira mulher, pois ficou provado que ela foi asfixiada. Ele é acusado de matar as duas esposas dele.