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Angela Wrightson, morta por duas adolescentes infratoras

Angela Wrightson foi morta em sua casa por duas garotas menores de idade. Dependente de álcool e com problemas psiquiátricos, a vítima era constantemente abusada.

Angela Marjorie Wrightson, de 39 anos, morava na Stephen Street em Hartlepool, Inglaterra. Ela enfrentava problemas com o alcoolismo desde os 11 anos de idade e quando criança sua tutela ficou grande parte por responsabilidade da assistência social.

A mulher aparentava ser bem mais velha, era magra e já tinha cumprido algumas sentenças na prisão. Apesar do histórico conturbado e dos problemas psiquiátricos, Angela era bem quista na cidade. Ela costumava dar chocolates às crianças, sempre ajudava vizinhos e animais de rua e seus cuidados com a casa eram impecáveis.

Amizades adolescentes

Angela tinha alguns “amigos” adolescentes na cidade. Eles frequentavam sua casa em troca da compra de bebida alcoólica e cigarros.

Conhecidos de Angela disseram que ela era bastante solitária, principalmente após a perda do último namorado, e talvez por isso aceitasse o abuso por parte dos mais jovens. Angela pensava que caso não cedesse as exigências dos adolescentes eles deixariam de visitá-la.

Chamada de bêbada

No dia 11 de dezembro de 2014, na parte da tarde, o locador do imóvel em que Angela morava foi até lá. Por um motivo desconhecido, os dois tiveram uma discussão e Angela arremessou pequenos objetos da casa no homem, que após alguns minutos foi embora levando o molho de chaves.

Naquela mesma noite, Angela recebeu a visita de duas adolescentes, de 13 e 14 anos. Elas pediram que a mulher fosse comprar bebidas e cigarros enquanto aguardavam no apartamento. Ela retornou ao apartamento por volta das 19h30min.

Câmeras de segurança flagraram Angela comprando bebidas naquela noite. / Foto: Reprodução.

Agressões brutais

Assim que Angela voltou para casa, as duas meninas começaram a agredí-la usando objetos variados como uma pá, um sarrafo de madeira com parafusos nas extremidades, uma impressora, uma mesa de centro e até mesmo uma televisão.

Aproximadamente às 21h, uma das garotas postou uma foto no Snapchat onde Angela aparece visivelmente machucada. Além disso, um vídeo curto também foi postado, onde debochavam da situação.

Aproximadamente às 23h, dois amigos de Angela visitaram a propriedade na expectativa de beber com ela. Depois de gritar e bater em sua janela, eles encontraram a porta da frente destrancada.

Ao entrarem perceberam que a sala estava completamente revirada, com objetos quebrados e cacos de vidro pelo chão. Os amigos resolveram ir embora, pois procuraram a dona da casa e ela parecia ter saído.

O que eles não imaginavam, era que as meninas estavam escondidas na casa junto com Angela, provavelmente desacordada. Algum tempo depois as meninas saíram para visitar um outro amigo e, aproximadamente às 02h do dia 9 de dezembro, retornaram para continuar o ataque. 

Após as agressões, as meninas deixaram a mulher no sofá semiconsciente, inconsciente ou talvez já morta. Elas deixaram o local às 04h, e uma das meninas mandou uma mensagem para seu cuidador vir buscá-la.

Sem resposta, e acreditando que seriam dadas como desaparecidas, as garotas telefonaram duas vezes para a polícia pedindo uma carona das autoridades. A caminho de casa, as meninas posaram para outra foto do Snapchat com a legenda “na parte de trás da viatura novamente”.

Aproximadamente às 08h45min do dia seguinte, o proprietário do imóvel de Angela voltou à casa para devolver as chaves. Assim que entrou, encontrou o corpo dela no sofá; ela havia sofrido 103 ferimentos, dos quais 80 foram na cabeça.

O que se sabe sobre as jovens

Ambas as meninas sofreram abuso físico de seus pais biológicos e estavam longe de suas famílias, a mais velha estava em um orfanato e a mais nova estava sob cuidados de uma família adotiva.

A mais velha era usuária de drogas desde os 11 anos de idade. A mais nova foi criada em um ambiente onde os adultos abusavam de álcool e drogas, assistiu sua mãe ser esfaqueada durante uma briga doméstica e experimentou drogas pela primeira vez sob influência da mesma.

Prisão

Devido as publicações em redes sociais, não foi difícil para a polícia suspeitar do envolvimento das garotas. Em 9 de dezembro, a menina mais velha falou com autoridades, ela expressou interesse na morte de Angela enquanto questionava sobre como funcionavam as penas por assassinato.

A menina mais nova foi relatada como “quieta e trêmula”; ela também parecia interessada no caso e enviou uma mensagem de texto para um amigo dizendo “Eu posso estar sendo suspeita”. As duas garotas foram presas no mesmo dia.

Julgamento e sentença

A identidade das duas adolescentes é protegida pela Lei de Crianças e Jovens de 1933, visto que eram menores de idade na data do crime.

O primeiro julgamento começou em julho de 2015, embora o juiz logo o tenha encerrado quando informações sobre as rés foram divulgadas e compartilhadas nas redes sociais.

No mesmo mês, o segundo julgamento começou, onde ambas as meninas negaram o assassinato, mas a mais velha admitiu homicídio culposo com base na diminuição da responsabilidade. 

Em 6 de abril, ambas as meninas foram consideradas culpadas de assassinato, e no dia seguinte foram sentenciadas a penas mínimas de 15 anos de prisão.

O Supremo Tribunal decidiu, em 4 de fevereiro de 2021, que ambas as autoras deveriam ter anonimato vitalício para evitar comprometer sua reabilitação contínua e também devido ao risco de automutilação de uma delas caso suas identidades fossem reveladas. 

“Like”

Em 2019 foi lançado um filme baseado neste caso. “Like” explora a complicada relação tóxica de duas melhores amigas e como a atividade online pode determinar o status social e aceitação. O filme foi filmado inteiramente pelos atores com telefones celulares e câmera Go Pro.

Você também pode ver “Ma”, disponível na Netflix, que conta uma história parecida. A diferença se dá na anfitriã, que compra bebidas alcoólicas para os jovens já com más intenções, como forma de vingar o bullyng que sofreu em sua adolescência.

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