Susan White conheceu Jeff Wright quando tinha 21 anos e ele, 29. Ela havia acabado de se formar no ensino médio e trabalhava como dançarina para se sustentar. Com o dinheiro que conseguiu, começou um curso de enfermagem, mas teve dificuldades financeiras e decidiu trabalhar em um salão de beleza.
Já Jeff levava uma vida de excessos, marcada pelo consumo de álcool e drogas. Aos 30 anos, ele se cansou dessa vida e decidiu que queria construir uma família. Quando conheceu Susan, ele sentiu que ela seria sua esposa, e poucos meses depois ela engravidou. Em 1998, o casal se casou em uma pequena cerimônia em Houston e tiveram um filho, Bradley.
Vida perfeita?
Aparentemente, o casal tinha uma vida perfeita e até esperava o segundo filho. No entanto, Jeff continuava viciado em cocaína e, em muitos momentos, perdia o controle, descontando sua raiva em Susan e nas crianças. Ele era abusivo e violento sempre que estava sob efeito de drogas. Susan implorou para que ele buscasse ajuda, mas Jeff se recusava a mudar.
Em 13 de janeiro de 2003, durante uma briga, Jeff abusou sexualmente de Susan e ameaçou matá-la. Mais tarde, ele agrediu Bradley, o que levou a uma nova discussão. Não se sabe exatamente o que ocorreu depois, mas o que se descobriu foi aterrorizante.
A gota d’água
De acordo com a promotoria, Susan, após anos de abuso e frustração, atingiu seu limite. Depois de colocar os filhos para dormir, ela atraiu Jeff para o quarto, onde o amarrou com promessas de um momento íntimo. Porém, em vez disso, ela liberou toda sua raiva reprimida. Usando uma faca, Susan esfaqueou Jeff quase 200 vezes.
O corpo foi enterrado no quintal da casa, em um buraco que o próprio Jeff havia cavado para instalar uma fonte. O crime só foi descoberto quando o cachorro da família começou a cavar no local e desenterrou parte do corpo de Jeff.
Legítima defesa?
Durante o julgamento, a promotoria argumentou que Susan não era uma vítima de abuso, mas sim uma mulher calculista que matou Jeff para receber o seguro de vida de 200 mil dólares. Em sua defesa, Susan alegou legítima defesa, dizendo que Jeff a havia atacado com uma faca naquele dia.
Ela afirmou que, durante o confronto, não conseguiu parar de esfaqueá-lo por medo de que ele a matasse. O júri, no entanto, ficou do lado da promotoria e Susan foi condenada por assassinato, recebendo uma sentença mínima de 25 anos de prisão.
Anos depois, uma ex-noiva de Jeff testemunhou que também havia sofrido abusos nas mãos dele, o que levou à redução da sentença de Susan. Ela foi liberada em liberdade condicional em dezembro de 2020, após cumprir 17 anos. Desde então, Susan tem mantido uma vida discreta, longe dos holofotes da mídia.