Timothy Richard “Tim” McLean Jr. nasceu em 3 de outubro de 1985, em Winnipeg, Manitoba no Canadá. Ele era um garoto sociável, estava sempre cercado de amigos e levava uma vida noturna agitada em festas e bares.
No verão de 2008 Tim completava 22 anos e estava prestes a embarcar em mais uma aventura. Uma de suas amigas acabara de lhe convidar para uma viagem sem destino predefinido, a ideia dos dois era arrumar apenas uma mochila e ver o que a vida lhes reservaria naquela semana.
Os dois acabaram encontrando um circo que viajava pelo país realizando espetáculos. O que era somente um “emprego de verão” acabou perdurando por meses, onde Tim viajou pelo Canadá fazendo parte da equipe.
Hora de voltar para casa
Em 30 de julho de 2008, Tim McLean decidiu que era hora de voltar para casa. Após uma apresentação em Edmonton, ele embarcou em um ônibus rumo à sua cidade natal, Winnipeg.
O ônibus, da linha greyhound partiu depois da meia noite no dia 31 de julho de 2008. A viagem duraria cerca de 24 horas, e Tim estava bastante acostumado a percorrer longas horas na estrada.
Ele sentou-se no fundo, em um banco da janela. O veículo estava levando apenas 60% da sua capacidade de passageiros, o que permitia que a maioria das pessoas pudesse permanecer sem ninguém no assento ao seu lado.
Após 17 horas de estrada, em uma das paradas de ônibus, um homem chinês chamado Vincent Weiguang Li embarcou no veículo instalando-se nos bancos da parte da frente. O ônibus andou mais alguns quilômetros e fez uma nova parada para que os passageiros pudessem comprar comida e usar banheiros de estrada.
Ao retornar para o ônibus, Tim percebe que Vincent Weiguang Li está sentado no mesmo assento que o seu, ocupando o banco do corredor. O garoto era bom em fazer amigos e assim que voltou para sua poltrona trocou algumas palavras com o homem, sendo simpático e gentil.
Minutos após Tim ter cochilado, os passageiros foram surpreendidos com os gritos do garoto enquanto Vincent estava em cima dele, esfaqueando seu peito e pescoço.
“Vince” Li
Vincent Weiguang “Vince” Li nasceu em Liaoning, na China em 30 de abril de 1968. Ele tinha bacharelado em computação e antes de imigrar para o Canadá em 2001, já havia trabalhado quatro anos como engenheiro de software.
A ideia de Vincent era se tornar um cidadão canadense e exercer sua profissão como programador. Ele era casado e precisava sustentar sua esposa.
Diante disso e aliado a dificuldade com a língua inglesa, Vincent precisou aceitar trabalhos de meio período como operador de empilhadeiras, zelador, mecânico, caixa em um Wal-Mart e entregador de jornais. Isso parecia lhe incomodar, já que ele gostaria de estar atuando em sua área de formação.
Quatro semanas antes do assassinato, Vince Li foi demitido do Wal-Mart após um desentendimento com outro funcionário. Pouco antes do incidente, ele pediu folga para ir a uma entrevista de emprego.
Na data ele já havia se separado de sua esposa em um rompante, onde decidiu que os dois não deveriam seguir mais juntos e deixou a casa do casal.
Às 12h05 do dia 28 de julho em Edmonton, Li embarcou em um ônibus com destino a Winnipeg. Testemunhas informaram à polícia que viram Vince sentado em um banco na frente de um supermercado com três malas.
Ele teria passado a madrugada ali, acordado e alheio ao que acontecia a sua volta. Pela manhã vendeu seu computador para um garoto de 15 anos por US$ 60.
Pânico no ônibus
Após o início do ataque, o motorista do ônibus parou no acostamento e ele e todos os demais passageiros fugiram do veículo. Tim tentou lutar, mas Vince Li parecia atacá-lo com uma fúria descomunal.
O motorista tentou retornar para dentro do ônibus algumas vezes para dialogar com Vince Li, mas ele parecia não ouvir enquanto continuava a esfaquear o garoto.
Os passageiros ligaram para a polícia enquanto faziam uma barricada na porta do ônibus. Vince Li não estava em seu juízo perfeito e apesar de Tim estar lá dentro, era preciso assegurar que ele não fizesse novas vítimas.
Dois outros motoristas juntaram-se ao grupo e decidiram que era preciso verificar se Tim ainda estava vivo e se era possível salvá-lo. Um deles, chamado Chris, entrou no veículo e antes que pudesse falar qualquer palavra, percebeu que o homem já havia esquartejado Tim e estava a cortar pedaços de seu pescoço a fim de decapitar sua cabeça.
A partir deste momento, os motoristas decidiram que era necessário cortar a rede de ignição do ônibus, impedindo que Vince Li tentasse uma fuga com o veículo. O criminoso percebeu que estava encurralado e chegou a ensaiar uma fuga pela janela, mas desistiu.
Ele continuou a andar de um lado para o outro enquanto partia em pedaços cada vez menores o corpo de Tim. Por volta das 20h30 a polícia chega no local e começa uma negociação com Vince Li.
Crueldade e canibalismo
Enquanto Vince Li dava respostas desconexas aos policiais, ele seguia esquartejando aquilo que ainda restara do corpo de Tim McLean. Em um determinado momento ele ergueu a cabeça do homem na janela para que as pessoas vissem o que ele havia feito.
Tim colocava pequenos pedaços do corpo de Tim na boca e mastigava, ele também lambia o sangue do garoto que estava em suas mãos. Isso deixou os passageiros em choque, alguns sofreram desmaios e outros apresentaram episódios intensos de vômito.
A polícia precisou acelerar a evacuação da área. Em seguida, Vince Li começou a distribuir partes do corpo de Tim em sacolas plásticas, enquanto se alimentava de pedaços menores.
A negociação se estendeu até o início da madrugada, quando Vince Li quebrou uma janela e tentou pular do ônibus. Assim que caiu no chão, foi interceptado pelos policiais.
A orelha, nariz e língua de Tim foram encontrados nos bolsos de Vince Li. Os olhos da vítima e uma parte de seu coração nunca foram recuperados, presume-se que tenham sido comidos por Vince Li enquanto ele separava pedaços do corpo.
Julgamento
O julgamento de Vince Li começou em 3 de março de 2009, com o réu alegando que era mentalmente doente. A defesa disse que o homem sofria de esquizofrenia e não realizava tratamento.
Na mente de Vince Li, Tim McLean era na verdade um demônio disfarçado que precisava ser “destruído”, a ponto de sentir que era necessário mutilar seu corpo para impedi-lo de voltar à vida.
Ele também se sentiu pressionado a realizar o ataque por vozes divinas, dizendo-lhe para matar Tim ou ele mesmo seria morto. A promotoria concordou que Vince Li sofria de transtorno mental grave e optou por uma internação psiquiátrica ao invés da prisão.
O juiz presidente aceitou o diagnóstico e decidiu que Li não era criminalmente responsável pelo assassinato.
Em fevereiro de 2016, foi relatado que Vince Li havia mudado seu nome para Will Lee Baker e estava tentando deixar sua casa coletiva para viver de forma independente. Ele conquistou o direito de viver sozinho em 26 de fevereiro, não existindo obrigações legais ou restrições relativas à vida independente de Vince Li.