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Takahiro Shiraishi, o serial killer do twitter

Takahiro Shiraishi se tornou conhecido por atrair suas vítimas através do Twitter. Ele estava procurando vítimas emocionalmente frágeis, com o propósito de matá-las.

Takahiro Shiraishi nasceu em 9 de outubro de 1990 em Zama, Japão. Ele foi criado por seus pais, e tinha uma irmã mais nova.

Todas as pessoas que conheceram o jovem durante a infância afirmaram que ele tinha uma aparência frágil, era bem magro e tímido. Era um aluno mediano, não obtinha as melhores notas mas parecia se esforçar o máximo que podia.

Ele tinha alguns amigos, participava de atividades sociais e praticava baseball e atletismo. O único relato que destoa dos demais vem de um colega de classe, que disse que Takahiro costumava “brincar de sufocar” seus amigos.

Separação dos pais

Durante o ensino médio, os pais de Takahiro se divorciaram. Isso causou um grande impacto emocional no garoto, principalmente por separar-se de sua irmã, que ficou morando com a mãe enquanto ele permaneceu sob os cuidados do pai.

Comportamentos estranhos começaram a surgir a partir deste momento. Logo que Takahiro formou-se no ensino médio, ele passou a procurar qualquer emprego que lhe pudesse trazer um pouco de independência financeira, ao mesmo tempo em que escaparia do mundo familiar que desmoronava a sua volta.

Seus primeiros empregos foram em um mercado, uma fábrica de alimentos e até uma loja de jogos Pachinko, destinada a maiores de idade por oferecer jogos de azar praticados em máquinas, que se assemelham a um cruzamento entre pinball e slot machine.

Atividades ilícitas

Logo após sair do emprego na casa de jogos, ele começou a trabalhar para uma quadrilha de prostituição, sua função era recrutar meninas que estivessem dispostas para o trabalho.

Ele atuava no bairro de Kabukicho, em Tóquio. Conhecido por ser um dos bairros mais perigosos da cidade, lá existem muitas casas noturnas e locais de prostituição, onde é comum ver fotos de mulheres seminuas estampadas do lado de fora dos estabelecimentos.

Sua estratégia consistia em buscar mulheres que estavam passando necessidades financeiras ou fossem vulneráveis, sendo assim, o Twitter tornou-se a ferramenta de trabalho principal.

Essa atividade não durou muito tempo, em fevereiro de 2017 ele foi preso por trabalhar com prostituição e condenado a liberdade condicional. Cerca de três meses depois, sua pena foi suspensa devido a brechas na lei.

Embora uma lei proíba a prostituição do Japão desde 1956, os japoneses encontram brechas e interpretações para passar por cima da lei e assim, gerar mais de 2,3 trilhões por ano. Uma das maneiras de burlar a lei, é oferecer massagens sexuais e serviços que não envolvem sexo.

Fonte: Mundo-Nipo.

Nessa época, Takahiro ainda morava com o pai. Eles tinham um bom relacionamento e dividiam tarefas na oficina de automóveis que era o ganha pão da família.

Em agosto de 2017, então com 27 anos, Takahiro contou ao pai que havia conhecido o amor de sua vida e pretendia formar uma família. Ele pediu a chave de um apartamento da família que ficava cerca de 2km da casa onde morava, alegando que lá teria mais liberdade e privacidade com a namorada.

O que o pai não imaginava, era que essa história não passava de uma mentira.

A casa dos horrores de 13m²

Em 22 de agosto de 2017 ele se mudou para o pequeno apartamento. Poucos dias depois já estava estabelecido e decidiu sucumbir aos impulsos que vinha ignorando.

Apartamento de Takahiro. / Foto: Reprodução.

Takahiro criou duas contas fake no Twitter, em uma delas ele passava-se por um garoto disposto a cometer suicídio e na outra agia como alguém que poderia ajudar com métodos e locais para, de fato, tirar a própria vida.

Seus tweets alimentavam ideias suicidas, o que rapidamente atraiu pessoas reais, em situações parecidas de descontentamento com a vida, para conversas através de mensagens diretas. É importante frisar que Takahiro nunca teve a ideia de tirar a própria vida, suas declarações serviam apenas como isca.

No ano passado (2014), no Japão, mais de 25 mil pessoas cometeram suicídio. Isso dá uma média de 70 por dia. A maioria delas, homens. [..] O índice japonês de 18,5 suicídios para cada 100 mil habitantes é, por exemplo, três vezes o registrado no Reino Unido (6,2) e 50% acima da taxa dos Estados Unidos (12,1), da Áustria (11,5) e da França (12,3).

Fonte: BBC.

Seu modus operandi consistia em formar vínculos emocionais com pessoas em situação de risco para o suicídio e em seguida convidá-las para sua casa. Ele prometia suicidar-se junto ou fornecer local e método adequado, tudo isso a depender do tipo de abordagem que fazia na rede social.

Era comum que ele buscasse as vítimas na estação de trem, a fim de que não desistissem de última hora. Chegando em sua casa ele oferecia bebidas alcoólicas e tranquilizantes para que a passagem fosse mais tranquila.

Quando percebia que as vítimas estavam embriagadas ou sob efeitos de medicação, abusava sexualmente delas.

Há muito tempo que Takahiro fantasiava assistir a morte de uma pessoa, e em menos de uma semana morando no apartamento novo, fez sua primeira vítima.

E sim, algumas pessoas foram até a casa de Takahiro sabendo que esse seria seu último dia de vida. Mas antes de afirmarmos que estas pessoas “consentiram” seu assassinato, é importante sabermos a história toda, já que tudo não é tão simples assim e pessoas com problemas emocionais podem se tornar alvos extremamente fáceis.

Sem uma gota de remorso

Entre agosto e outubro de 2017, Takahiro estrangulou e desmembrou nove vítimas em Tóquio e em outras quatro cidades japonesas. Ele costumava separar as partes moles como órgãos e pele e descartá-las em lixeiras, pois sabia que rapidamente entrariam em estado de decomposição.

E os ossos, cabeça, mãos e pés eram mantidos na geladeira, ou em coolers espalhados por sua casa. Ele acreditava que seria pego facilmente se a polícia conseguisse identificar restos mortais encontrados na rua. Além disso, ele roubava celulares, joias e dinheiro das vítimas após matá-las.

Das nove pessoas assassinadas, oito eram mulheres e todas as vítimas femininas foram estupradas antes de serem mortas. O único homem do grupo foi morto depois de confrontar Takahiro sobre o paradeiro de sua namorada.

Nove vítimas de Takahiro Shiraishi. / Foto: Reprodução.

Em depoimento a polícia, ele disse que não sabia sequer o nome verdadeiro ou a idade da vítima até que a visse pessoalmente, mas costumava certificar-se através das mensagens que eram mulheres jovens e atraentes. Segundo ele, a motivação para os crimes era sexual e financeira.

Rastros digitais

Em outubro de 2017, o irmão de uma das vítimas, Aiko Tamura de 23 anos, que havia desaparecido em Tóquio, pesquisava qualquer informação relevante sobre o paradeiro da irmã em suas redes sociais.

Ele se deparou com vários tweets da irmã que revelavam pensamentos suicidas, algo até então desconhecido pela família. Pesquisando as mensagens diretas, ele encontrou longas conversas com um dos perfis de Takahiro Shiraishi.

As conversas revelavam que Takahiro havia prometido se suicidar junto com Aiko, mas estranhamente o perfil dele seguia tuitando, o que sugeria que ele não havia morrido.

Analisando mais a fundo, o irmão conseguiu encontrar outra jovem que também trocava mensagens com Takahiro, e ela aceitou atrair o assassino para que a verdade pudesse ser revelada.

Sob supervisão da polícia, a jovem voluntária marcou um encontro para a morte com Takahiro. Chegando lá, as autoridades decretaram voz de prisão ao garoto no dia 30 de Outubro. Quando entraram no apartamento os policiais perguntaram onde estava o corpo de Aiko Tamura, e friamente ele apontou para o cooler que estava no hall de entrada.

Justiça para as vítimas

Na delegacia ele não negou nenhum dos crimes, contava com facilidade os detalhes e parecia aceitar seu destino.

Takahiro foi indiciado criminalmente em setembro de 2018, depois de cinco meses de testes psiquiátricos, após os quais a Justiça concluiu que ele poderia ser “responsabilizado” pelos crimes.

Declarou-se culpado perante o Tribunal Distrital de Tóquio em 30 de setembro de 2020, mas sua defesa inicialmente alegou que ele deveria ser acusado de um crime “menor”, já que havia matados as vítimas com o consentimento destas. Tudo isso foi negado pelo próprio criminoso, que admitiu ter matado as vítimas sem seu consentimento.

Acabou condenado à pena de morte em dezembro de 2020, e não mostrou interesse em recorrer. Em algumas entrevistas, ele chegou a dizer que a sentença estava demorando muito e que ele deveria morrer mais rápido.

Detalhes sobre os crimes

Apesar de morar em um apartamento extremamente pequeno, os vizinhos do jovem nunca imaginaram que ele poderia ser um assassino. Alguns relataram sentir cheiro forte vindo de sua casa, mas atribuíram a má higiene da casa e não deram importância.

Planta do apartamento de Takahiro Shiraishi. / Foto: Reprodução.

Um dos vizinhos disse que as idas de Takahiro as lixeiras nos fundos do prédio eram comuns, e que ele chegou a se perguntar porque um garoto sozinho produzia tanto lixo. Devido a falta de intimidade, ele nunca chegou a questionar Takahiro.

Ao todo, os policiais descobriram duas cabeças, braços e pernas decepados entre um total de 240 partes de ossos.

Meses antes de ser pego, ele mostrou-se infeliz para seu pai, disse que sua vida não fazia mais sentido.

Em algumas entrevistas, Takahiro chegou a pedir desculpas para a família das vítimas, e em outras dizia que seu único arrependimento era ter sido pego e caso houvesse oportunidade faria tudo de novo.

Takahiro chegou a vangloriar-se sobre sua habilidade de matar e ocultar um cadáver, dizendo à polícia que no início levou três dias para se livrar da primeira vítima, mas logo em seguida aperfeiçoou-se, e em 24 horas era capaz de desfazer a cena do crime.

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2 comentários em “Takahiro Shiraishi, o serial killer do twitter”

    • Bem… Não há claramente desculpa para o que ele fez mas… E se ele tivesse tido ajuda? Se tivesse tido bons amigos? No final de ler estes casos, pergunto-me sempre se teria sido diferente se o assassino tivesse tido acesso a ajuda…

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