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Katie Autry, incendiada em seu dormitório

Katie Autry foi encontrada em seu dormitório enquanto estava em chamas. Ela foi agredida e deixada para morrer.

Melissa Katie Autry, nasceu em 10 de maio de 1984. Ela cresceu em um lar adotivo em Pellville, KY. Sua mãe biológica tinha uma doença mental e foi afastada de Katie por negligência.

A vida com os pais adotivos não era fácil. Eles eram cristãos firmes e impuseram uma série de costumes morais a ela. Katie era obediente e nunca causou problemas até entrar na faculdade.

Aluna nota 10

A garota tirava boas notas no ensino médio, tornou-se líder de torcida e sempre estava envolvida em atividades extraclasse. Uma adolescente tímida e ao mesmo tempo doce, Katie era colecionadora de uma série de títulos escolares, tais como Estudante do Mês, uma Acadêmica do Estado e a ganhadora do prêmio Presença Perfeita.

Extrovertida e empoderada

Quando Katie Autry entrou na faculdade seu comportamento mudou. Na Western Kentucky University, ela flertava com diversos garotos e começou a beber muito no intuito de impressionar seus amigos.

Ela passava uma mensagem de garota extrovertida e empoderada. Com a ajuda do álcool, ela começou a exibir um alter ego que era tão ousado e paquerador que lhe rendeu uma reputação entre seus colegas de dormitório: “a vadia do segundo andar”.

Katie decidiu emancipar-se devido a pressão de sua família católica sobre seu comportamento. Como consequência ela perdeu o crédito estudantil e precisou arranjar diversos empregos de meio período para custear os estudos, um deles como dançarina exótica em um clube de strip-tease.

A última festa

3 de maio de 2003, era mais uma festa de fraternidade, Katie tinha vindo com alguns amigos e já estava bêbada. Antes de sair de seu dormitório, ela tomou uma mistura potente de álcool e refrigerante. 

Na festa ela continuou bebendo e não demorou muito para ficar com o andar arrastado e dançar de maneira provocativa com homens aleatórios. Enquanto caminhava pelo local passava a mão em alguns rapazes, e foi assim que conheceu Luke Goodrum.

Luke Goodrum e seus advogados. / Foto: Reprodução

Ela cruzou com ele e passou a mão em seu abdômen. Finalmente, a colega de quarto de Katie percebeu que precisava mandar sua amiga bêbada para casa. 

Não querendo deixar a festa, ela arranjou uma carona de volta ao dormitório para Katie. Por acaso, a pessoa que ela arranjou para levá-la era a mesma pessoa que levou Luke e Stephen Soules para a festa de Scottsville.

Stephen Soules, mentiroso e trapaceiro

Ele era um jovem mestiço de Scottsville. Alguns o chamavam de doce e educado. Outros o chamavam de mentiroso e trapaceiro.

Meses antes da festa, Stephen havia contado para a namorada de Luke que ela estava sendo traída. Furioso, Luke ameaçou Stephen e usou palavras racistas. 

Na noite do assassinato de Katie, Stephen Soules, de vinte anos, ligou para Luke para pedir um pouco de maconha. Para convencê-lo a trazer a droga, Stephen disse que iria a uma festa de fraternidade na Western Kentucky University. Luke gostou da ideia e aceitou o convite.

O que ninguém sabia era que naquela noite Luke havia espancado sua namorada em um ataque de ciúmes, com medo da polícia achou melhor sair de Scottsville. Stephen lhe deu a oportunidade perfeita.

Quando chegou à festa, Stephen estava tonto e vomitando. Luke e os outros o deixaram desmaiado no banco de trás do carro em que estavam e entraram no local.

“Alguém acabou de entrar no meu quarto!”

Mais tarde naquela noite, a colega de quarto de Katie ligou para ela para ver se havia chegado bem. O telefonema foi perturbador. 

Katie disse: “Alguém acabou de entrar no meu quarto”. Quando a amiga questionou sobre quem era, ela disse que não sabia. Essa foi a última vez que ela falou com Katie.

Corpo incendiado

Às 4h08 da manhã do dia 4 de maio de 2003, ao atender um chamado de incêndio, o corpo de Katie foi encontrado em seu dormitório. A cena era horrível, a vítima tinha hematomas no rosto e perfurações no pescoço. Ela havia sido estrangulada com uma camiseta, pulverizada com spray de cabelo e depois incendiada. 

O alarme de fumaça havia sido arrancado do teto. Loção antibacteriana foi descoberta na vagina de Katie. Combinado com o fato de que ela havia sido pulverizada com spray de cabelo na área genital antes de ser incendiada, começou a parecer que quem a matou estava tentando encobrir uma agressão sexual.

Investigação

A investigação inicial revelou que Katie havia sido vista pela última vez na companhia de dois jovens em um carro saindo da festa, o motorista e Stephen Soules, que estava desmaiado no banco de trás. Ambos foram levados para interrogatório, mas rapidamente o motorista foi descartado como suspeito.

Stephen Soules em audiência. / Foto: Reprodução.

Estranhamente neste caso no caso, a investigação do assassinato de Katie Autry foi deixada para a polícia do campus. Em situações como essa, o normal é que a polícia estadual assuma o comando, devido a magnitude do ocorrido.

Luke tem um álibi

Depois da festa, Luke foi para a casa de seu pai, onde recebeu um duro sermão antes de ir para a cama. Já Stephen se tornava cada vez mais suspeito, ainda mais por suas contradições em depoimento. Ora ele admitia ter estado no quarto da vítima, ora jurava nunca ter entrado no dormitório.

Stephen Soules começou a apontar Luke como culpado, e a polícia comprou esta história e mesmo com um álibi sólido levou Luke sob custódia.

A opinião pública no campus reproduzia a narrativa de que mulheres e pessoas negras são em grande parte inocentes pelos males da sociedade, e que homens brancos e ricos são os únicos responsáveis ​​por tudo o que há de errado com o mundo. 

A promotoria comprou essa ideia e fez de tudo para culpar Luke, mesmo as evidências apontando o contrário.

Testes de DNA

Nenhuma evidência física foi encontrada para ligar Luke Goodrum ao assassinato de Katie Autry. Enquanto, ao mesmo tempo, os resultados de DNA de um cotonete vaginal retirado do corpo de Katie deram positivo para Stephen Soules. 

Stephen Soules foi julgado por seu assassinato e considerado culpado. Ele foi condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional.

O que provavelmente aconteceu naquela noite?

Tanto Katie quanto Stephen estavam bêbados quando foram jogados juntos no banco de trás do carro. De acordo com o relato de Stephen, eles brincaram e se beijaram durante a curta viagem até o dormitório da vítima. 

Uma vez no dormitório, Stephen acompanhou Katie até seu quarto, talvez a convite dela. O que aconteceu lá dentro não está totalmente claro, mas Katie pode ter negado fazer sexo.

A julgar por sua resposta à colega de quarto quando ligou, Katie pode ter se recuperado de seu estado alcoólico o suficiente para perceber que estava na cama com uma pessoa estranha, ponto em que ela pode ter tentado resistir. 

Bêbado, chapado e frustrado por sentir repulsa, Stephen pode ter tentado forçá-la. Eles lutaram. Ele a estrangulou, depois a golpeou e a esfaqueou. E então, compreendendo o que havia feito, tentou destruir a evidência incendiando-a.

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