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Carly Greg, a adolescente que assassinou a própria mãe

Um crime chocante abalou a cidade de Brandle, no Mississippi, em 2024, envolvendo uma adolescente de 14 anos, Carly Greg, acusada de assassinar sua própria mãe e tentar matar seu padrasto.

Ashley Smiley, uma professora do ensino fundamental, começou a namorar Hit Smiley em 2019. Após alguns anos juntos, decidiram se casar em 2022 e, juntos, criaram uma nova família em Brandle, com Carly Greg, filha de Ashley de um casamento anterior.

Carly, então com 14 anos, foi descrita como uma adolescente problemática. Ela estava envolvida em um relacionamento secreto, usava drogas como maconha, escondia celulares descartáveis para evitar ser rastreada pelos pais e mantinha uma coleção de vapes em seu quarto. Tudo isso era feito sem o conhecimento de sua mãe, Ashley, ou de seu padrasto, Hit.

Ashley e Hit se preocupavam com o comportamento de Carly, especialmente por causa de sua rebeldia e vícios, e tentaram intervir para que a jovem rompesse o relacionamento que parecia estar influenciando negativamente sua vida. No entanto, Carly continuou a se encontrar com o namorado secretamente.

Dia do crime

Em 19 de março de 2024, Ashley seguiu sua rotina normal e levou Carly à escola, onde também trabalhava como professora. Durante o dia, um dos amigos de Carly, preocupado com o estado da amiga, decidiu contar a Ashley sobre o uso de drogas da jovem, particularmente maconha, e sobre os celulares descartáveis que Carly mantinha escondidos. Esse amigo relatou que, naquela manhã, ele e Carly haviam discutido, e ele acreditava ser o momento certo de revelar o que estava acontecendo.

Ao fim da tarde, por volta das 16h, Ashley buscou Carly na escola e as duas voltaram para casa. Após soltar os dois cachorros da família no quintal, Carly passou um tempo brincando com eles. Enquanto isso, Ashley começou a revistar o quarto da filha em busca de mais evidências do comportamento rebelde de Carly. Ela encontrou quatro caixas de vapes, que guardou no seu quarto no andar de cima, antes de voltar ao quarto da filha para continuar a busca.

Quando Carly voltou para dentro de casa, percebeu que sua mãe estava mexendo em suas coisas. A jovem, então, foi diretamente ao quarto de Ashley, onde sabia que havia uma arma guardada em um armário. Pegou a arma, escondeu-a atrás das costas, e desceu as escadas calmamente, passando pela cozinha e indo em direção ao seu quarto.

Foi nesse momento que Carly ergueu a arma e disparou três tiros na cabeça de Ashley, matando-a instantaneamente.

Tentativa de manipular o padrasto

Após o assassinato da mãe, Carly não entrou em pânico, mas adotou uma postura fria e calculista. Ela pegou o celular de Ashley e começou a enviar mensagens para seu padrasto, Hit, fingindo ser sua mãe.

Na primeira mensagem, ela perguntou: “Quando você vai chegar em casa?”. Hit respondeu que chegaria um pouco mais tarde naquele dia. Carly, ainda se passando por sua mãe, enviou um emoji em resposta, tentando manter a normalidade.

Na foto, Ashley e Carly. Ao fundo a residência da família e também local do crime. / Foto: Reprodução.

Enquanto aguardava o retorno de Hit, Carly ligou para algumas amigas, pedindo ajuda sem revelar o que tinha acabado de fazer. Aparentemente, Carly queria alguém com quem dividir o fardo, mas sem mencionar o assassinato.

Todos esses movimentos de Carly foram capturados pelas câmeras de segurança instaladas na casa da família. Nas imagens, ela aparentava estar estranhamente tranquila e indiferente à gravidade da situação. Em um dos vídeos, Carly é vista até mesmo cantando para um dos cachorros da família, sem demonstrar qualquer sinal de remorso.

A chegada das amigas e a confissão

Pouco tempo depois, uma das amigas de Carly chegou à casa. Essa testemunha, que optou por permanecer anônima, relatou ao tribunal que Carly a recebeu com uma pergunta perturbadora: “Você já viu um cadáver? Isso te deixa enjoada?”. Em seguida, Carly disse: “Minha mãe está lá dentro”. A amiga entrou no quarto de Ashley e viu o corpo da mãe de Carly, com os braços cruzados e uma toalha sobre a cabeça.

Em tom de vaidade, Carly confessou o crime, dizendo: “Coloquei três balas na minha mãe e tenho mais três esperando o meu padrasto”, referindo-se ao número de munições que ainda restavam na arma.

Quando Hit finalmente chegou em casa, Carly tentou disparar contra ele, mas errou o tiro. Desesperada, ela fugiu pelo quintal da casa. Um vídeo capturado pela câmera de segurança mostra Carly e a amiga pulando a cerca dos fundos e correndo pelo beco atrás da casa, tentando escapar.

Hit, sem entender a gravidade da situação, inicialmente pensou que havia sido alvo de um intruso e começou a circular pela casa com uma arma na mão, tentando se defender. No entanto, logo descobriu o que havia acontecido.

Prisão e julgamento

Carly foi capturada perto de sua casa logo após a tentativa de fuga. Ela foi acusada de assassinato premeditado da própria mãe, tentativa de assassinato de seu padrasto e adulteração de provas. Carly foi julgada como adulta, mesmo com apenas 15 anos de idade na época do julgamento.

No tribunal, Carly alegou que não se lembrava de nada que havia acontecido após ter soltado os cachorros no quintal. Ela disse que sua memória só voltou quando estava parada na beira de uma estrada, molhada após sair de um cano de esgoto, e foi abordada pela polícia. A defesa alegou que Carly sofria de uma doença mental não especificada e que, na época do crime, ela não tinha plena consciência do que estava fazendo.

Durante o julgamento, psicólogos e especialistas foram chamados para avaliar o estado mental de Carly. O Dr. Andrew Clark, psicólogo infantil, revelou que Carly ouvia vozes e tinha um histórico de depressão, agravado após a morte de sua irmã quando Carly tinha apenas 4 anos.

O psiquiatra forense Dr. Jason Picket destacou que as mensagens e declarações de Carly sugeriam um comportamento perturbador e “teatral”, citando um exemplo de uma mensagem de texto onde Carly escreveu: “Você não entende o quão psicopata eu estava naquele dia. Quase assassinei meus pais”.

Sentença

Após um julgamento altamente midiático, no dia 20 de setembro de 2024, um júri do Condado de Reiken declarou Carly culpada. Ela foi condenada à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo assassinato de sua mãe e pela tentativa de assassinato de seu padrasto. Além disso, foi sentenciada a mais 10 anos de prisão por adulteração de provas. As sentenças serão cumpridas simultaneamente.

Carly Greg recebendo sua sentença. / Foto: Reprodução.

Carly rejeitou um acordo proposto pela promotoria que lhe daria 40 anos de prisão em vez da sentença de prisão perpétua, caso ela se declarasse culpada.

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