Em 17 de novembro de 2004, Kaede Ariyama de apenas sete anos de idade estava à caminho de casa por volta das 13h. A garota ligou do próprio celular, às 13:40h, informando a mãe de que pegaria sua bicicleta no pátio e retornaria à Escola Primária Tomio North para assistir um jogo com os colegas.
Por volta das 14:40h, a mãe de Kaede liga para seu celular, mas a menina não atende. Ela insiste, porém sem sucesso. A mesma se dirige até a escola e percebe que a criança não está lá, rapidamente a polícia é acionada.
Um estudante mais velho disse às autoridades que uma menina, que correspondia à descrição de Kaede, estava conversando com um homem perto de um carro logo após o final do jogo. Policiais e voluntários verificaram o perímetro, mas nada foi encontrado.
Às 20h a mãe recebeu uma fotografia enviada do celular de Kaede com a mensagem: “Estou com sua filha!” Junto ao texto havia uma foto de Kaede, mas nenhum pedido de resgate.
Sequestro
Kaoro Kobayashi encontrou Kaede na calçada e a convenceu a entrar no carro. Ele prometeu que a levaria para casa mas antes precisava buscar uma mochila. Por volta das 15h eles chegaram ao apartamento do criminoso.
O homem começou a tocar em Kaede e a colocou despida em uma banheira com água. A intenção era abusar sexualmente da menina, mas ele percebeu que apesar da pouca idade ela era muito inteligente e poderia identificá-lo posteriormente.
Kaoro decidiu matá-la e logo em seguida saiu para comer. Na volta arrancou alguns dos dentes da menina na tentativa de dificultar a identificação do corpo, a agrediu sexualmente depois de morta e enviou fotos do corpo para o número da mãe e também para o seu próprio celular.
Por volta das 22h, Kaoro percebeu que precisava se livrar das evidências, então vestiu o a menina e a jogou em uma vala perto da casa da família. Às 00h, um morador local encontrou o corpo da menina e comunicou as autoridades.
Corpo encontrado
Kaede estava usando seu moletom vermelho e saia jeans escura, mas a jaqueta, mochila, meias, sapatos e celular não estavam presentes na cena. A polícia não demorou muito para concluir que ela havia sido morta em outro local, e a suspeita se tornou mais concreta quando o médico legista encontrou água nos pulmões da criança.
A água presente no corpo de Kaede era limpa, sem qualquer traço de lama e cabelos de um homem também estavam presos em sua roupa. Com a ajuda de GPS foi possível perceber que a primeira mensagem recebida pela mãe foi enviada de um local próximo ao que o corpo foi encontrado.
Um simples jornaleiro?
Kaoru Kobayashi nasceu em 30 de novembro de 1968, no bairro Sumiyoshi-ku de Osaka, província de Osaka. Ele trabalhou como jornaleiro desde a infância, pois sua família era pobre e sua mãe morreu em 1978.
Em 1989, Kobayashi foi condenado por agredir sexualmente oito crianças, recebendo uma pena de dois anos que foi suspensa. Em outubro de 1991, Kobayashi tentou matar uma menina de cinco anos e foi condenado a três anos de prisão, pelos quais foi libertado em liberdade condicional em 9 de novembro de 1995 e oficialmente libertado em 23 de julho de 1996.
Kobayashi havia trabalhado em uma banca de jornal do The Asahi Shimbun em Tomio, entre março e julho de 2000. Na época do assassinato, ele trabalhava como entregador de jornais do Mainichi Shimbun.
Sem medo de ser pego
Seis meses se passaram e a polícia havia obtido apenas uma descrição parcial do carro do possível sequestrador, fornecida pelo adolescente que passava na rua no dia do crime.
Em 14 de dezembro de 2004, Kobayashi enviou um e-mail do celular de Kaede para o celular de sua mãe, dizendo: “A seguir levarei a irmã mais nova dela” junto de uma foto da garota morta. Ele também mostrou uma fotografia da menina para uma garçonete e clientes em um bar local, alegando ter obtido a imagem em um site.
Em 30 de dezembro de 2004, Kobayashi foi preso por sequestro depois de enviar uma fotografia do celular de Kaede para o seu próprio número. Torres de telefonia celular locais registraram as mensagens enviadas do telefone.
Durante uma busca no quarto do criminoso, a polícia descobriu o telefone celular de Kaede Ariyama, um vídeo, uma revista contendo pornografia infantil e uma quantidade considerável de roupas íntimas femininas diversas que Kobayashi havia roubado entre junho e dezembro de 2004.
“Eu teria sequestrado qualquer um”
Uma testemunha relatou ter visto Kaede caminhando até o carro do homem, o que sugeria que eles se conheciam. No entanto, Kobayashi disse: “Eu teria sequestrado qualquer um”. Mas a polícia não descarta a possibilidade de o sequestrador ter premeditado o crime.
Em 19 de janeiro de 2005, Kobayashi foi processado por sequestro. Como ele já havia cometido crimes sexuais envolvendo meninas, a atenção do público se voltou para a aprovação de uma lei no Japão semelhante à Lei de Megan nos Estados Unidos.
Lei de Megan: é a denominação informal dada para algumas leis dos Estados Unidos da América que exigem que as autoridades tornem disponíveis para a população uma lista contendo registro dos condenados por crimes sexuais.
O julgamento de Kobayashi começou em 18 de abril de 2005. Ele disse:
Quero ser condenado à morte o mais rápido possível e deixar um legado entre o público como o próximo Tsutomu Miyazaki ou Mamoru Takuma .
Tanto Miyazaki quanto Takuma eram assassinos de crianças com históricos de doenças mentais e crimes sexuais contra crianças. De sua parte, Miyazaki afirmou: Não permitirei que ele se chame de “o segundo Tsutomu Miyazaki” quando ainda não passou por um exame psiquiátrico.
Miyazaki foi posteriormente executado em 17 de junho de 2008, após fazer este comentário, possivelmente devido à importância do caso de Kobayashi e de outro incidente recente, o massacre de Akihabara.
Em 26 de setembro de 2006, Kobayashi foi condenado à morte por enforcamento pelo tribunal distrital de Nara.
tudo muito organizado e bem explicado
Nesses tipos de situação onde o assassino já tem uma ficha criminal, a primeira condenação já deveria ter sido perpetua, mas infelizmente não e assim que a lei funciona.
pse se fosse no brasil n estaria nem vivo
Ainda mais perturbador saber que o próprio ainda tirou fotos do corpo da vítima e ainda fez questão de mostrar para terceiros.