Francisco de Assis Pereira começou sua sequência de crimes no final da década de 1990, ele levava suas vítimas para o Parque do Estado, na capital de São Paulo, devido a seu modos operanti ficou conhecido como Maníaco do Parque. O caso se popularizou em 1998, porém em 1996 Francisco já estuprava as mulheres, mas ainda não as matava.
Francisco seduzia as vítimas com falsa promessa de emprego em uma agência de modelos. Ele selecionava as mulheres em locais públicos, como estações de metrô e supermercados. A principal característica que ele procurava eram semelhanças físicas com uma antiga namorada, enquanto outras fontes dizem que Francisco procurava mulheres que tivessem aparência triste.
Modo de agir
De acordo com a descrição das vítimas que sobreviveram, o maníaco teria agido de maneira semelhante com a descrita acima. Com uma fala agradável, um bom jeito de conduzir a conversa e uma grande habilidade de persuasão, distribuía elogios e convencia as vítimas de que uma equipe publicitária as aguardava no Parque do Estado, para fazer teste fotográfico como modelo e possivelmente até seguir uma grande carreira artística.
Francisco trabalhava como motoboy, por isso tinha uma moto. O que mais chamava atenção é como ele conseguia convencer as mulheres a subir na garupa de uma moto e ir para o meio de um matagal com um homem que tinham acabado de conhecer. Fica claro o quão persuasivo e convincente o criminoso era.
Ao chegar no parque, Francisco mostrava suas reais intenções, torturava física e psicologicamente as mulheres através de ofensas e agressões, inclusive fazendo um tour pela mata para mostrar os cadáveres de suas vítimas anteriores. Posteriormente a polícia encontrou os cadáveres enterrados em pares.
Durante os crimes ele parava em algum lugar, e com objetos da própria vitima, como cadarços e cintos, ou até mesmo instrumentos encontrados no matagal, asfixiava as moças e abusava sexualmente de seus corpos.
Entre janeiro a agosto de 1998, os corpos das vitimas começaram a ser encontrados no Parque do Estado. Estavam ajoelhados, numa posição de reverência, e com sinais de violência sexual e marcas de mordidas.
Foi uma verdadeira novela midiática. Começaram a surgir corpos em dias e até meses variados. Que começava a ensejar a ideia de um serial-killer. Sempre tendo com algum pretexto a violência sexual contra as vítimas.
Relato do promotor Edílson Mougenot.
Descoberta do assassino
Antes da investigação dos crimes em série, Francisco já havia sido intimado pela policia para esclarecer a utilização de uma folha de cheque em nome de Isadora Fraenkel. Ela estava desaparecida e Francisco tinha utilizado duas folhas de cheque em seu nome. O assassino disse à polícia que ela era sua namorada, os agentes aceitaram a história por um tempo. Mais tarde foi descoberto que Isadora na verdade era mais uma das vítimas de Francisco.
Uma denúncia anônima levou ao nome do suspeito, assim como seu histórico de crimes fortalecia a hipótese de Francisco ser o autor. Em 1995 o motoboy chegou a ser preso por tentativa de estupro, mas pagou fiança e foi libertado. Além do caso Isadora já citado.
A primeira prova material contra Francisco foi obtida no dia 24 de julho de 1998, quando foi encontrada a identidade de uma das vítimas num vaso sanitário entupido da empresa em que o entregador trabalhava, mas devido a popularização dos crimes ele já havia pedido demissão.
Assustado com a forte repercussão do caso por parte da mídia, ele fugiu.
Ele foi reconhecido por uma família de pescadores a qual pediu hospedagem, prontamente eles acionaram a polícia. O motoboy foi capturado no início de agosto de 1998, após fugir por 23 dias, na cidade de Itaqui, fronteira com a Argentina e aproximadamente 1500 km do local dos crimes.
Condenação
Ao total, 23 mulheres sofreram ataques naquele parque, dentre as quais 11 foram assassinadas. As demais vítimas saíram com vida, não porque tiveram sorte, mas sim porque Francisco não havia atingido o ápice de sua fase mais violenta.
Atualmente, pela legislação brasileira, uma pessoa não pode passar mais de 40 anos presa, porém na época dos crimes, a legislação não permitia que uma pessoa passasse mais do que 30 anos na cadeia, por isso é esperado que ele seja solto por volta de 2028, mesmo que tenha sido condenado a mais de 280 anos de prisão.