Cinco mulheres, todas prostitutas e assassinadas durante a madrugada ou ao amanhecer, foram encontradas mortas entre agosto e novembro de 1888, na Inglaterra.
As “canônicas”, como foram popularmente chamadas na época, seriam vítimas do famoso — e nunca identificado — assassino em série: “Jack, o Estripador”.
Contextualizando a época
O assassinato das canônicas ocorreu na periferia de Whitechapel, Londres no ano de 1888. O cenário da cidade na época era dos piores possíveis. Pós revolução industrial, cheia de imigrantes e fugitivos de guerra, extremamente pobre e com baixa oferta de empregos, a região de East End não era capaz de oferecer muito para quem ali se instalasse.
Esquecida pelo olhar público, marginalizada e praticamente sem nenhuma lei, a região era extremamente convidativa para criminosos. Os assaltos, assassinatos e crimes sexuais aumentavam cada vez mais no local.
A presença de um porto bastante movimentado trazia muitos marinheiros a cidade, devido a isso bares e bordéis eram os negócios que pareciam trazer algum lucro. A fome a necessidade de moradia levou cerca de 1200 mulheres à prostituição, elas ofereciam seus serviços em mais de 60 bordéis ao redor de Whitechapel.
A sequência de assassinatos das canônicas
Foram atribuídas cinco vitimas para Jack, porém outros assassinatos semelhantes ao seu modus operandi aconteceram na mesma época. Suspeita-se que ele possa ter sido o autor deles, apesar de carecer de provas.
Mary Ann Nichols, primeira vítima
A primeira vítima de Jack, o Estripador teria sido Mary Ann Nichols. A mulher, apesar de ser descrita como tendo uma “aparência jovem”, possuía 43 anos de idade, seus cabelos eram castanhos e grisalhos e sua altura era de 157cm.
Seu corpo foi encontrado às 03h40min da madrugada, em 31 de agosto de 1888, perto de um estábulo. Sua garganta tinha dois cortes, a parte inferior de seu abdômen estava aberta por um corte de faca profundo, e o restante da barriga tinha muitas marcas de facadas mais superficiais.
Annie Chapman
Oito dia após a morte da primeira vítima, numa manhã de sábado o corpo de Annie Chapman de 47 anos foi encontrado no quintal de uma casa. Annie também tinha cortes profundos na garganta, mas desta vez além de abrir o abdômen da vítima mais profundamente, o assassino removeu seu útero.
Em depoimento a polícia, uma testemunha afirmou ter visto Chapman na companhia de um homem mal vestidos e de cabelos castanhos, mas que não lhe pareceu suspeito.
Elizabeth Stride e Catherine Eddowes
A terceira e a quarta vítima foram mortas no mesmo dia, na madrugada de 30 de setembro de 1888. Com uma diferença de aproximadamente 4 horas entre os assassinatos.
Elizabeth Stride de 45 anos, ou Long Liz, como era chamada pelos amigos, foi encontrada morta em uma calçada às 01h da manhã. Havia apenas um corte profundo em sua garganta, mais preciso do que nas outras primeiras vítimas e que atingiu sua artéria carótida esquerda, levando-a a morte por hemorragia.
Além desse ferimento não havia mais nenhum outro, isso gerou dúvidas sobre a autoria do crime, ou se o assassino teria sido interrompido durante o ataque. O corpo foi encontrado em uma esquina movimentada durante a noite e é bem possível que o autor tenha fugido com medo de ser identificado.
Testemunhas divergiram em seus depoimentos. Uma delas disse que viu Stride na companhia de um homem de cabelos loiros, outra disse que a viu com um homem castanho. Elas divergiram também sobre os trajes, ora o homem estava mal vestido e ora estava usando roupas caras.
Por outro lado, Catherine Eddowes de 46 anos, foi encontrada morta na praça Mitre, em Londres. Ela teve o rosto mutilado, suas bochechas estavam em retalhos, haviam também cortes na garganta e incisões profundas no abdômen.
No caso de Catherine, o assassino retirou alguns de seus órgãos e os posicionou ao lado de sua cabeça, ele também levou consigo seu rim esquerdo. Aparentemente o assassino teve mais tempo para agir neste caso.
Ela foi vista pela última vez por Joseph Lawende, um vendedor a caminho de casa com os amigos. Ele viu Eddowes conversando com um homem na entrada da Praça Mitre. Mas seu depoimento não trouxe nada de relevante a investigação.
Um fato importante sobre este assassinato em particular é que, nas horas seguintes a descobertas dos corpos, a polícia descobriu um fragmento da roupa da vítima, sob uma varanda, em uma rua próxima da Praça do Mitre.
Com vestígios de sangue, a peça, sem dúvida, serviu para que o assassino se limpasse após o massacre. Porém, como se trata de uma época que não existia exame de DNA, muito pouco essa peça contribuiu na investigação.
Mary Jane Kelly
Em 9 de Novembro de 1888, o assassinato de Mary Jane Kelly fecha a série de cinco crimes supostamente cometidos por Jack Estripador.
Seu corpo foi encontrado sobre sua cama, na pensão que alugava, as 10h45min da manhã. A garganta foi destroçada violentamente até a espinha, e quase todos os órgãos internos foram retirados. O coração não foi encontrado na cena, e acredita-se que o assassino tenha levado consigo.
Um de seus seios foi encontrado ao lado de seu pé, a carne das coxas parecia ter sido raspada faltando partes. O assassino também posicionou partes mutiladas de seu corpo por todo o quarto da pensão e o sangue de Mary Jane escorria pelos móveis.
Ela foi a vítima mais jovem, tinha 25 anos na época e vivia em um estado de extrema pobreza.
Analisando os casos
Todos os crimes foram cometidos durante a noite ou madrugada, as cinco vítimas trabalhavam, pelo menos eventualmente como prostitutas e se encontravam com dificuldades financeiras.
A medida em que os crimes foram sendo cometidos, o assassino se tornou mais sádico e violento. Alguns investigadores sugeriram que o autor possivelmente tinha conhecimento anatômico e até mesmo médico, devido a pontualidade de seus cortes e incisões.
Outros ignoram essa possibilidade e afirmam que Jack Estripador seria um homem solitário e doentio que procurava prostitutas para se relacionar e logo após assassiná-las.
Kelly foi considerada a última vítima, pois acredita-se que depois dela o assassino teria fugido por medo de ser capturado, já que o caso ganhou muita repercussão, ou então sido preso por algum outro crime.
Outros assassinatos da época foram rapidamente relacionados a Jack, mas descartados posteriormente, seja pela localização do crime ou o modus operandi que destoava.
Afinal, quem é Jack Estripador?
Existem muitas teorias sobre a verdadeira identidade e profissão de Jack, o Estripador, mas autoridades não concordam com nenhuma delas, e chegam a existir mais de cem suspeitos ainda hoje. Até mesmo H. H. Holmes esteve nesta lista.
Mas fato é, que até hoje não existem provas concretas de quem foi Jack. Existem até algumas reportagens que afirmam ter identificado o serial killer através de provas genéticas, todavia nenhuma delas provou isso de maneira consistente.
Caraca, que bizarro… Pensar que até hoje não se sabe nem quem foi o homem… A forma como ele matava as vítimas só mostra o tanto de ódio que sentia. Estripando com cortes profundos partes sexuais das mulheres…