Início » Crimes não solucionados » Jessica Chambers, queimada viva dentro de seu próprio carro

Jessica Chambers, queimada viva dentro de seu próprio carro

Jessica Chambers, de 19 anos, foi queimada viva. Até hoje seu caso permanecesse sem solução, apesar de fortes indícios apontarem para somente um culpado.

Nascida em 2 de fevereiro de 1995 no Estado do Mississipi, EUA, Jessica Lane Chambers era uma adolescente comum de 19 anos. Seus pais eram separados desde os 3 anos de idade da filha, mas mantinham um bom relacionamento e sempre foram muito presentes em sua criação.

Ela era descrita por seus familiares como bondosa, alegre e de espírito livre, além de possuir uma beleza marcante devido a seus expressivos olhos azuis. Enquanto frequentava a escola, Jessica atuava como líder de torcida em jogos de futebol e era conhecida pelo talento de suas acrobacias.

Adolescente rebelde

A partir dos 16 anos de idade seu comportamento mudou, Jessica não queria mais participar de atividades extracurriculares na escola e passou a ignorar os conselhos de seus pais, fazendo somente aquilo que tinha vontade e usando maconha frequentemente.

Nessa época ela chegou a se envolver até com membros de gangues locais, onde conheceu Travis Sanford de 28 anos e os dois passaram a namorar. Travis logo em seguida foi preso por envolvimento em uma briga, Jessica ficou inconformada e disse que o esperaria quando saísse da cadeia.

Nesse mesmo ano, em 2012, o irmão mais velho de Jessica, Ben Chambers de 28 anos, morreu em um acidente de carro. Os dois eram muito próximos apesar da diferença de idade, e isso contribuiu bastante para o aumento da sua rebeldia.

Em 2014, Jessica então com 19 anos, ainda mantinha a promessa de esperar Travis sair da cadeia. Nessa época ela passou a trabalhar em uma loja de roupas e seu relacionamento com os pais havia melhorado, apesar de ainda manter contato com os amigos, que segundo eles, eram más influências.

Seu carro pega fogo

No sábado de 6 de dezembro de 2014, Jessica saiu de casa logo cedo e passou a manhã com alguns amigos. Segundo relatos da mãe, no início da tarde quando voltou parecia estressada e cansada, ela tirou um cochilo até o final da tarde.

Por volta das 17h, Jessica recebeu a ligação de um amigo, rapidamente se vestiu e saiu de casa dizendo a mãe que voltaria logo. Duas horas depois, Jessica ainda não havia chegado, em ligação telefônica ela tranquilizou a mãe dizendo que estava abastecendo o carro, faria um lanche e logo estaria em casa.

Aproximadamente às 20h do mesmo dia, o corpo de bombeiros local foi acionado para apagar um incêndio em um veículo. Ao chegarem na cena, os agentes presenciaram uma cena terrível: Jessica estava de pé, dando passos com dificuldade, seu corpo todo estava queimado e segundos após ela caiu no chão.

Seus cabelos e roupas foram incinerados, ela estava cega e tinha 95% do seu corpo queimado. Jessica conseguiu dizer seu nome aos policiais que chegaram em seguida, e ao ser colocada na ambulância um dos paramédicos perguntou a ela se era capaz de falar o nome de quem havia feito isso.

Ela disse algo parecido com Eric ou Derek. Não foi possível definir exatamente o que ela havia falado devido as queimaduras intensas em sua garganta e lábios, já que o agressor havia jogado gasolina até dentro de sua boca.

Jessica foi levada às pressas para o hospital, onde passou por extensas cirurgias, mas infelizmente faleceu no dia seguinte devido às complicações de seu quadro.

Início da investigação

A investigação partiu do rastreio de mensagens de celular e do GPS do carro de Jessica Chambers. A polícia descobriu que após sair da casa da mãe ela foi a um posto de gasolina onde abasteceu comprando 14 dólares de gasolina.

Através de imagens de câmeras de segurança, foi possível ver Jessica saindo da loja de conveniência, ela se vira para a esquerda e sai caminhando, momento em que sai da área de alcance da câmera. Em depoimento, o gerente da loja disse que não percebeu ninguém mais com Jessica e que ela parecia tranquila.

Após sair dali, Jessica dirigiu até a cidade de Batesville, não se sabe ao certo o que ela foi fazer lá, mas acredita-se que tenha ido buscar alguém e por volta das 18h ela já estava em uma terceira cidade, Courtland. Nesse momento ela falou com a mãe ao telefone novamente, e segundo Lisa Chambers, a filha parecia incomodada e respondia com poucas palavras.

Repercurssão gigante nas mídias sociais

O namorado de Jessica, Travis Sanford foi rapidamente descartado como suspeito, já que ainda estava sob custodia do Estado na época. O caso teve uma proporção imensa nas redes sociais, e muitas pessoas passaram a acusar o dono do posto de gasolina, que não aguentou a pressão, vendeu seu negócio e mudou de cidade.

Outra linha de investigação passou a trabalhar em cima dos nomes que Jessica teria dito ao paramédico no dia do crime: Erik ou Derik. E eles passaram a procurar pessoas com o nome parecido em seu círculo de amizades, escola e trabalho.

Mais de 150 pessoas foram interrogadas sem nenhum sucesso. Especula-se também que devido as queimaduras extensas, Jessica não estaria consciente o suficiente para dizer o nome do assassino com precisão, e as palavras poderiam ser apenas fruto de uma confusão mental.

Uma recompensa de 54 mil dólares foi oferecida a quem trouxesse informações sobre o caso, e a família criou uma página no Facebook que rapidamente obteve 100 mil seguidores.

Quinton Tellis, membro de uma gangue

Mensagens de texto trocadas com Quinton Tellis, membro de uma gangue, foram encontradas no histórico do celular de Jessica. Ele era um velho conhecido da polícia com passagens por roubo e posse de drogas.

O primeiro contato telefônico dos dois foi em novembro de 2014, através de uma iniciativa de Quinton. O garoto morava em Courtland, local onde o corpo de Jessica foi incinerado.

O conteúdo das mensagens indicava que eles tinham uma amizade e tinham saído juntos por algumas vezes, mas sempre que o garoto desejava um contato mais íntimo, Jessica se mostrava evasiva nas respostas. Algumas mensagens relatavam conteúdo sexualmente explícito da parte de Quinton.

No primeiro depoimento a polícia, Quinton mentiu dizendo que não havia visto Jessica naquela noite e logo após voltou atrás dizendo que os dois jantaram juntos em Batesville. Ele ainda disse aos policiais que quando saíram do restaurante foram para a casa dele, onde fumaram maconha e mantiveram relações sexuais pela primeira vez e ficaram juntos até as 19h.

Quinton Tellis durante uma audiência. / Foto: Reprodução.

O álibi do garoto era falso, ele havia dito que após Jessica ir embora ele teria passado na casa de um amigo, mas em depoimento o amigo disse que estava vendo um jogo de futebol a quilômetros do local em que Quinton afirmava que o encontrou.

As provas eram suficientes para indiciar Quinton Tellis, já que além dos depoimentos, impressões digitais e seu DNA foram encontrados nas chaves do carro de Jessica Chambers que fora arremessada cerca de 5 metros do veículo. Os dados do GPS do celular de Quinton também o colocaram na mesma localização de Jessica no dia do crime, o contato dela e as mensagens também foram apagados pelo garoto.

A polícia sugere que Quinton, cansado das investidas sexuais frustradas, teria abusado de Jessica e posteriormente a sufocado dentro do carro. Quando percebeu que ela estava sem reação, pensou que a garota havia morrido e ateou fogo em seu corpo e também no carro na tentativa de encobrir o crime.

A perícia não foi capaz de constatar indícios de abuso sexual ou físico, já que o corpo de Jessica Chambers estava desfigurado devido as queimaduras. Apenas 8 meses após o início das investigações, Quinton foi preso por suspeita de envolvimento no assassinato de outra jovem, Meing Chen de 34 anos.

O corpo de Meing foi encontrado 10 dias após sua morte em seu apartamento, em 8 de agosto de 2015. Ela havia sido torturada e esfaqueada mais de 30 vezes.

Acredita-se que a motivação do crime teria sido obter a senha do seu cartão de débito, já que dados bancários provaram que Quinton utilizou seu cartão após sua morte, e chegou a sacar mil dólares da conta da jovem. Além disso, os registros de GPS mostraram que ele estava na região na data do crime.

Busca frustrada por justiça

Em outubro de 2017, Quinton foi a julgamento pelo homicídio de Jessica Chambers. Nesta data o juri disse que era impossível chegar a um veredito e este julgamento foi anulado. Um novo julgamento começou em setembro de 2018, mas novamente foi impossível chegar a um veredito. O depoimento de testemunhas oculares e resultados de amostras de DNA se mostraram conflitantes mais uma vez.

A defesa de Quinton sugeriu que Derek Holmes, um agressor sexual com ficha policial, poderia estar envolvido já que ele havia sido visto perseguindo Jessica. Mas a polícia descartou essa hipótese já que o álibi de Derek era sólido e nada o ligava a cena do crime.

Em fevereiro de 2019, Quinton foi indiciado apenas por roubo no caso Meing Chen, ele se considerou culpado e cumpre 10 anos de prisão no Estado de Lousiana. Acredita-se que em breve a promotoria consiga indiciá-lo também pelo assassinato de Meing, enquanto isso a família de Jessica Chambers aguarda por um novo julgamento e sua família clama por justiça.

Faça parte do nosso grupo do Facebook
Sugira novos textos e converse com a gente 😀

2 comentários em “Jessica Chambers, queimada viva dentro de seu próprio carro”

  1. Oque me deixa confuso é porque ela começou a ter esse movimento com drogas? Como ela encontrou essas “más influências” que diz ela serem amigos? A minha teoria é: Jessica, quando se envolveu nesse mundo de drogas provavelmente descobriu pessoas que fingiram ser amigos dela, eles podem ter planejado sobre esse terrível fogo no carro e queimar ela viva. Bom essa é a minha teoria, se tiverem alguma pergunta irei responder ao que estiver em meu alcance.
    Tenham um excelente dia!

    Responder

Deixe um comentário