Adrianna Elaine Hutto tinha sete anos de idade na época do caso, e morava em Esto, Flórida. Em 8 de agosto de 2007, Amanda Lewis fez uma ligação desesperada para o 911 informando que sua filha havia caído na piscina e que não estava respirando.
Como era a familia
Amanda Lewis criava seus dois filhos sozinha, Adrianna Hutto de sete anos e seu meio-irmão AJ, de 6 anos de idade. A cidade em que a família morava era realmente pequena, contando com cerca de 400 habitantes.
Segundo a mãe, Adrianna era uma criança muito feliz e tinha muitas semelhanças com ela. Já AJ era mais introspectivo e quase não dava trabalho, ele poderia brincar por horas sozinho enquanto a garota gostava de chamar atenção para si mesma.
Amanda trabalhava como assistente de enfermagem em um hospital local. No dia 8 de agosto de 2007 voltou para casa após seu turno e resolveu tirar uma soneca enquanto as crianças assistiam televisão.
Versão de Amanda Lewis
Segundo ela, era um dia bastante quente e as crianças queriam entrar na piscina. Amanda não permitiu, já que em seguida os três sairiam para comprar o material escolar dos irmãos.
Ela permite então que eles brinquem no quintal. Minutos após, AJ procura a mãe e diz que Adrianna estava na piscina. Ela prontamente entende que a garota estava brincando muito perto da água e manda AJ dizer para que se afaste.
Instantes após a mãe olha pela janela e vê AJ na borda da piscina com a mão para dentro, é então que ela corre até lá e encontra Adrianna boiando com o rosto dentro da água. Ela retira o corpo da menina, percebe que a pele está com coloração arroxeada e que a criança está desacordada.
É feita uma ligação para o 911, onde a mãe pede ajuda e socorro imediato. Poucos minutos depois os bombeiros adentram a residência e encontram Amanda debruçada sobre o corpo da filha.
A equipe tenta uma reanimação, mas minutos após prefere encaminhar a garota ao hospital. Lá eles tentam reanimá-la novamente por cerca de uma hora, mas infelizmente Adrianna não sobrevive.
A conclusão policial até o momento era de que Adrianna debruçou-se sobre a borda da piscina na intenção de tocar na água ou até mesmo brincar com os insetos que ali estavam e acabou caindo, já que a escada estava guardada na garagem.
Após cair ela teria batido a cabeça no fundo da piscina e se afogado.
AJ viu tudo
O caso estava dado como solucionado até que o avô de criação de AJ contatou a polícia dizendo que o menino havia lhe contado outra versão.
O garoto foi levado até a delegacia e contou aos policiais que Adrianna estava brincando com produtos de limpeza e isso irritou a mãe. Em um ataque de fúria, ela pegou a garota no colo e a colocou dentro da piscina.
Segundo AJ, nesse momento a irmã começou a gritar muito porque tinha medo de água. Na intenção de abafar os gritos, a mãe segurou o rosto da menina dentro da água, apoiando seus dedos com força na testa e bochechas usando a mão espalmada.
Quando a polícia perguntava novamente, AJ divergia algumas respostas. Ao ser questionado se ele realmente tinha visto tudo, AJ disse: “Não, porque se eu visse tudo estaria encrencado.” E momentos depois reafirmava estar presente na cena o tempo todo.
Sem saber em quem acreditar
Diante do depoimento do garoto, a polícia precisou aprofundar a investigação sobre a história de Amanda Lewis. Descobriu-se que ela e Adrianna sempre tiveram um relacionamento problemático. A garota tinha sido diagnosticada com TDAH e tinha dificuldades na escola, enquanto AJ era uma criança tranquila e muito mais fácil de lidar.
Quando policiais foram verificar a casa da família, perceberam que não havia nenhum brinquedo no local, o que era bastante estranho numa casa com duas crianças. As camas não possuíam lençóis e havia um forte cheiro de urina no quarto dos irmãos.
Amanda disse a polícia que eles vinham se comportando mal, e que por isso retirou todos os brinquedos e os guardou na garagem como forma de punição. Ao verificar a garagem nenhum brinquedo foi encontrado, Amanda estava mentindo.
A casa no geral estava suja e bagunçada, a cozinha contava com restos de comida e haviam roupas usadas pelo chão.
A médica que atendeu Adrianna no hospital, informou a polícia que ao saber da morte da garota, a mãe não esboçou reação alguma. Não parecia a mesma pessoa que estava desesperada ao telefone na ligação para o 911. Amanda foi submetida a um teste de polígrafo, ela passou, mas a polícia não se deu por satisfeita.
Descobriu-se também que Adrianna não foi a primeira filha que Amanda perdeu. Durante a adolescência a jovem engravidou e deu a luz a um menino chamado Alex. Quando o garoto tinha um ano e quatro meses, Amanda disse que o deixou na cama e poucos segundos depois quando voltou ele já estava no chão e sem respirar. A autópsia da época informou que o bebê havia tido uma convulsão e por conta disso acabou falecendo.
As suspeitas policiais só aumentaram.
Presa e acusada de assassinato
Em setembro de 2007, Amanda Lewis foi presa e acusada do assassinato em primeiro grau de Adrianna Hutto. Foi-lhe oferecido um acordo judicial que teria exigido que ela se declarasse culpada de homicídio culposo e recebesse uma sentença de dez anos, ela recusou e preferiu ir a julgamento.
Amanda foi a julgamento em fevereiro de 2008, onde diversas evidências foram trazidas e o tribunal da acusação pôde contar com o depoimento ao vivo do pequeno AJ, agora com 7 anos de idade.
Ele sentou-se na cadeira das testemunhas, fez o juramento e um primeiro momento não percebeu a presença da mãe diante de tantas pessoas. AJ contou tudo que viu naquele dia e quando o juiz lhe disse que a mãe estava presente ele começou a chorar.
O garoto levou um desenho ao tribunal, onde explicava detalhadamente tudo que havia visto acontecer no dia da morte da irmã. Mas o júri, diante do depoimento de uma criança, resolveu não confiar cem por cento neste depoimento, e foi aí que outras pessoas deram suas declarações.
Provas decisivas
A mãe de Amanda, avó de Adrianna confirmou que a garota tinha pânico de água. Colegas de trabalho de Amanda testemunharam sobre surtos de raiva e palavras de ódio que a mulher teria dito em relação a filha, alegando até que a mataria.
A promotoria também apontou vários hematomas na testa de Adrianna que se correlacionavam com o testemunho de AJ. Quatro dias depois que o caso foi a julgamento e depois de apenas duas horas de deliberação, o júri considerou Amanda Lewis culpada de assassinato em primeiro grau e abuso infantil agravado.
Em março do mesmo ano, Lewis foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Ela segue presa até a data atual.
AJ foi adotado por uma nova família, seu desempenho escolar melhorou e apesar de não esquecer o que houve com a irmã, ele finalmente pôde levar uma vida feliz como uma criança normal.
Tadinhos…. Tem cada doido tendo filho
A parte que mais me deixou feliz foi saber que no fim, o AJ pode ter uma família que o amasse de verdade. Sei que provavelmente ele nunca esqueceu o que aconteceu, mas espero que ele esteja bem e que a irmã tenha reencarnado em uma vida melhor.