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Gabriela Muratt, o pacto que acabou com sua vida

Gabriela Muratt se apaixonou por seu professor de música. A relação da jovem, de apenas 13 anos com um homem de 31, acabou da pior forma possível.

Gabriela Muratt, uma jovem de 13 anos, vivia em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Extrovertida, inteligente e com aproximadamente 1,80 m de altura, destacava-se no vôlei e tinha grande interesse por música.

Filha de uma família de classe média-alta, estudava em uma escola particular e, incentivada pelos pais, começou a frequentar uma escola de música, onde teve aulas de piano com Marcos Maronez Júnior, de 31 anos, que também era o proprietário do conservatório musical.

Amor proibido

Inicialmente, as aulas seguiam normalmente, mas, com o tempo, a relação entre Gabriela e Marcos ultrapassou os limites convencionais de uma relação entre professor e aluna. Eles passaram a se comunicar por mensagens de texto e ligações, o que gerou uma proximidade inadequada, especialmente considerando a diferença de idade entre eles.

Gabriela, então, começou a se afastar de seus amigos, dedicando-se quase exclusivamente ao contato com Marcos, o que preocupou seus familiares e pessoas próximas.

Com o passar dos meses, a obsessão de Gabriela por Marcos se intensificou. Em agosto de 2006, ela confidenciou a uma amiga próxima que tinha planos de fugir com ele. A amiga, preocupada, contou aos pais de Gabriela, que ficaram desesperados e decidiram tomar medidas drásticas.

Marcos Maronez. / Foto: Reprodução.

Eles tiraram o celular da filha, proibiram-na de sair sozinha e interromperam suas aulas de música. No entanto, Gabriela encontrava maneiras de se comunicar com Marcos, pedindo celulares emprestados a colegas de escola.

Prontos para fugir

Os pais, percebendo a gravidade da situação, buscaram ajuda terapêutica, tanto para a filha quanto para eles mesmos. Marcos, por sua vez, também estava em terapia, embora as razões específicas para isso não fossem claras. Na sexta-feira, 17 de novembro de 2006, Gabriela foi à escola, mas algo parecia diferente.

Ela chorou diversas vezes durante a manhã, chamando a atenção de professores e colegas. Em determinado momento, dirigiu-se ao banheiro, onde passou horas trancada. Quando sua mãe foi buscá-la, Gabriela se despediu de uma amiga de maneira intensa, como se estivesse se despedindo para sempre.

Naquele mesmo dia, por volta das 14h, Gabriela desapareceu. A família, desesperada, procurou por ela até que, às 16h, seu pai registrou um boletim de ocorrência, informando à polícia que a filha provavelmente havia fugido para encontrar Marcos.

Pacto fatal

No domingo, 19 de novembro, funcionários de um motel em Porto Alegre estranharam o fato de um casal que havia entrado no quarto no sábado à tarde ainda não ter saído. Ao entrarem no quarto, encontraram Gabriela e Marcos seminus, cobertos de sangue, cada um segurando um revólver. Ambos ainda estavam vivos, mas em estado crítico.

Gabriela estava em cima de Marcos, ambos nus na cama e agonizando no sangue, com uma bala na cabeça. Os dois tinham bilhetes nas mãos, escrito “Gabriela e Marcos estiveram aqui”.

Gabriela faleceu antes de chegar ao hospital, e Marcos, algumas horas depois. No quarto do motel, a polícia encontrou frases escritas com chocolate nas paredes, como “juntos para sempre”, além de cartas que demonstravam que o casal acreditava estar sendo incompreendido pela sociedade e suas famílias, que não aceitavam o relacionamento.

As investigações apontaram que os dois haviam planejado um pacto de morte para estarem “juntos na eternidade”.

A polícia inicialmente considerou a possibilidade de que Marcos tivesse assassinado Gabriela e depois cometido suicídio. No entanto, a hipótese mais aceita é que ambos tenham se suicidado juntos, como parte de um pacto de amor.

Os detalhes revelaram que Gabriela e Marcos haviam se encontrado na tarde de sexta-feira e se hospedado no motel no sábado. O fato de Gabriela ser alta e aparentar ser mais velha facilitou sua entrada no estabelecimento, sem que nenhum documento de identidade fosse solicitado.

Antes de se envolver com Gabriela, Marcos já era separado e tinha um filho de dois anos com sua ex-esposa, que relatou que o relacionamento deles se deteriorou significativamente após Marcos conhecer Gabriela. Nas redes sociais, especialmente no Orkut, o perfil de Marcos estava repleto de mensagens de ódio após a tragédia.

Esse caso chocou não apenas Porto Alegre, mas todo o Brasil. Embora tenha ocorrido há mais de 15 anos, a brutalidade e o desfecho trágico ainda impressionam. Ambos foram enterrados no cemitério Jardim da Paz, na capital gaúcha.

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