Identidade da vítima
Nayoung ou Na-young é o pseudônimo de uma menina vítima de estupro na Coréia do Sul, a sua verdadeira identidade nunca foi revelada, essa medida foi tomada para proteger a criança. O que se sabe é que a menina tinha 8 anos na época do caso, seus pais eram casados e sua mãe estava grávida de 5 meses.
A família de Nayoung era pobre, os pais trabalhavam muitas horas por dia e mesmo assim conseguiam apenas manter as condições básicas de vida.
O caso ocorreu na cidade de Ansan, Coreia do Sul. A menina deve ter de 18 a 20 anos no momento, e sua identidade segue protegida para evitar exposição desnecessária.
Contexto do caso
A escola de Nayoung ficava a poucos metros de sua casa, cerca de 3 minutos a pé. Sua mãe sempre a acompanhava durante o caminho para a escola, e depois de chegarem a beijava no rosto antes de retornar para casa. Não se sabe ao certo dia e mês do acontecimento, somente o ano que era 2012.
O pai de Nayoung trabalhava em uma fábrica e a mãe administrava uma pequena venda na frente de casa enquanto fazia o serviço doméstico e educava a filha. Ela estava grávida de 5 meses, o bebê não era planejado e o marido ainda não sabia que um novo filho estava a caminho.
As condições financeiras eram mínimas.
O que se sabe sobre a personalidade da vítima é muito pouco, mas segundo algumas especulações Nayoung levava uma vida calma com os pais, era sonhadora e gostava de estudar.
Dia do crime
Era uma manhã chuvosa, e naquele dia em especial Nayoung saiu atrasada para a escola. Acredita-se que a mãe estava muito atarefada de trabalho e não pôde acompanhá-la até a escola.
Na Coréia do Sul, principalmente em cidades mais afastadas, é comum que crianças se dirijam ao colégio sozinhas por volta dos 6 anos. Não se deve esquecer que é um dos países com as taxas de criminalidade mais baixas do mundo.
Eram apenas três minutos de caminhada, mas a menos de 10 metros da escola Nayoung foi interceptada por um homem de meia idade, que a levou a força até um banheiro de uma igreja. O local era muito próximo a escola.
Estupro e violência extrema
ATENÇÃO: o texto a seguir vai relatar em detalhes a violência cometida contra Nayoung. Se você é sensível a estes temas pule para o próximo parágrafo.
Nayoung foi estrangulada, afogada em um balde de água até perder a consciência e cruelmente estuprada pela vagina, ânus e ouvidos. Ela também foi mordida na bochecha pelo homem.
Alguns jornalistas que cobriram o caso afirmaram que alças intestinais da menina começaram a sair pelo ânus durante o estupro, e o criminoso as colocou de volta para dentro a fim de continuar o ato. Em seguida ele teria a feito sentar, para que continuasse o ato.
Após meia hora a menina foi abandonada no local, completamente ensanguentada e muito machucada, mas mesmo assim conseguiu fazer uma chamada de emergência para o 911 e foi resgatada.
O resgate
Rapidamente o local encheu de jornalistas, e pais de alunos que estavam no entorno começaram a ficar apavorados. O que se sabia era que uma menina, de aproximadamente 8 anos, havia sido levada de ambulância em estado grave.
No momento do resgate, Nayoung oscilava entre períodos de consciência e confusão mental. Mas foi capaz de dizer seu nome e dar o número de telefone do pai.
Os pai foram contatados pela polícia, e rapidamente compareceram ao hospital. A mãe estava em estado de choque, e o pai assumiu as decisões.
Extensos ferimentos e cirurgia para remover o ânus
Os médicos não conseguiam acreditar que Nayoung ainda estava viva. Ela tinha uma importante hemorragia interna e grandes traumas na face e abdômen.
Uma cirurgia de emergência precisou ser feita. O ânus de Nayoung tinha que ser removido ou ela sangraria até a morte. Como alternativa foi feita uma colostomia.
A mãe de Nayoung passou mal no hospital, teve um sangramento vaginal por conta do estresse, ficou internada em repouso mas o bebê ficou bem.
Colostomia: exteriorização no abdome de uma parte do intestino grosso, o cólon, para eliminação de fezes/gases. É realizada quando a pessoa apresenta qualquer problema que o impeça de evacuar pelo ânus.
Pós operatório e identificação do criminoso
Nayoung sentia muita dor, recebia analgésicos endovenosos 24h por dia.
Quando o pai pôde vê-la ficou horrorizado, uma criança de apenas 8 anos que lutava entre a vida e a morte. Nesse momento ela fala ao pai que “o homem mau precisava ser pego”, e disse tudo que lembrava com muita dificuldade para abrir os lábios.
A investigação começa, digitais da cena do crime são cruzadas com as de um ex-presidiário. O homem é identificado como Cho Doo-soon, de 56 anos. Mas segundo a polícia, isso não era suficiente para incriminá-lo.
Durante a internação hospitalar, com muita dor e desconforto, Nayoung precisou identificar seu estuprador através de fotos. Um depoimento em vídeo foi gravado e enviado a polícia.
Cho Doo-soon foi preso preventivamente, ele já tinha diversas passagens policiais, incluindo uma acusação de estupro a uma jovem de 19 anos na década de 80.
Processo de julgamento
A justiça coreana não parecia colaborar. Diversos argumentos sem sentido foram incluídos pela defesas do crimonoso.
O advogado de Cho Doo-soon trabalhava com a teoria de que ele era um homem alcoólatra, e quando estava sob efeito da substância perdia a memória sobre seus atos.
Ele chegou a dizer que a roupa encontrada com o sangue da vítima havia sido perdida pelo réu três dias antes em uma obra que trabalhara.
Alguns meses depois o vídeo de Nayoung identificando o criminoso foi contestado pela defesa, o que obrigou a menina a comparecer no tribunal e fazer uma nova identificação na presença de um juri completo.
Seu sofrimento, tempo de recuperação e trauma do caso não foram respeitados em nenhum momento.
Julgamento e controvérsia
Cho foi originalmente condenado à prisão perpétua , mas depois que Nayoung testemunhou que ele cheirava a álcool, sua sentença foi reduzida para 12 anos de prisão, já que ele “não estava com a mente sã enquanto cometia o crime”.
Os pais de Na-young entraram com uma ação contra a promotoria por submeter sua filha a sofrimento físico e psicológico.
A promotoria questionou-a logo após ela sair da cirurgia e fez com que ela se sentasse ereta e respondesse às mesmas perguntas quatro vezes devido aos erros do promotor durante a gravação.
Eles violaram o protocolo ao obter o testemunho de uma menor e gravá-la em público.
Em 2011, o governo pagou 13 milhões de wons em compensação a Nayoung por violações cometidas pela promotoria. Depois que a notícia de sua sentença foi divulgada, muitas petições foram deixadas no site da Casa Azul pedindo um novo julgamento.
Sequelas físicas e emocionais
Nayoung ficou com danos permanentes na parte inferior do abdômen e foi informada que ficaria permanentemente incapacitada.
Ela precisou de 8 meses de tratamento e teve que viajar para Seul todo fim de semana. Tempos depois ela foi submetida a uma cirurgia bem-sucedida para implementar um ânus artificial, não necessitando mais usar a bolsa de colostomia
Ela sofreu de depressão e estresse mental após o ataque. Um ano após a agressão, tendo recebido tratamento psiquiátrico, ela se recuperou 70 por cento. Poucos tempos dela ela começou a frequentar a escola novamente.
De acordo com seu pai a partir de uma reportagem em 2020, ela só assiste desenhos e evita o noticiário para não ter chance de ver algo relacionado a violência sexual.
Como o caso está em 2021
Cho Doo-soon foi solto em 13 de Dezembro de 2020, e voltou a morar com a esposa a 1km da família da vítima.
“Não queríamos fugir, mas não havia alternativa. Quero dizer que o governo não fez nada além de forçar a vítima a se esconder”.
disse à BBC o pai da menina, poucos dias depois que Cho foi libertado, tendo cumprido a pena reduzida de 12 anos.
Ele acrescentou que Nayoung estava relutante em se mudar porque não queria deixar seus amigos mais próximos.
A família também tinha medo de expor sua identidade com a troca de endereço. Mas eles sentiram que não tinham outra opção.
Filme Hope, 2013
No longa cinematográfico, Nayoung recebe o nome de Sowon e é interpretada pela atriz mirim Lee Re, nascida em 2006, que também trabalhou no drama Super Daddy Yeol (2015) e no filme How to Steal a Dog (2014).
Prodígio, Lee Re demonstra em Hope uma atuação digna de Oscar, representando com maestria os momentos de dor, sofrimento, trauma e tristeza, além da inocência infantil, com um sorriso no rosto ao ver seu personagem preferido Kokomong, uma espécie de macaco que, de acordo com a própria personagem, não possui sexo – e se possui, não importa: é apenas o Kokomong.
Nossa!! Que história bizarra, inacreditável que um monstro desses foi solto e vive em sociedade novamente. Lamentável. Vou assistir o filme
Nossa o caso é lamentável e assustador..
Pena que acontece isso sempre 😔
Vamos proteger nossos filhos
aqui no Brasil, seria mais um CPF cancelado. eu vi o video no kawai e vim pesquisar sobre… estou muito indignada, o mal que este homem fez é irreparável, imagine de todo ato ruim fosse amenizado por não estar em sã consciência. a coreia erra muito em questões de leis, isso me indigna mais ainda, que Deus abençoe essa menina e que ela venha um dia realmente a estar 100% na vida dela ❤️
Meu Deus, chorei ,e me senti angustiada, com sofrimento dessa criança, desejo de todo meu coração, que ela se recupe totalmente não só fisicamente, mais psicólogolicame dessa monstruosidade ,sofrida ,tenho uma filha ,e peço a Deus todos os dias que a proteja ,desses monstros.
É chocante ver o quanto a polícia simplesmente decidiu não fazer o seu trabalho… Não tiveram o mínimo de empatia ou caráter para levar adiante o caso. Uma garotinha de 8 anos violentamente estuprada, era de se esperar que fossem agir com honra e excelência… Mas enfim, parece que esse tipo de injustiça não acontece apenas no Brasil. Orar para que essa menina tenha uma vida restaurada pelo Senhor…
Se fosse no Brasil ele com toda a certeza não estaria mais vivo,pois na prisão os detentos fariam pior do que ele fez com essa menina,que Deus abençoe a vida dela ,o proteja e que ela diga em frente ,agora a justiça de Deus vem sobre ele,isso ele nunca escapará do mal que ele causou em um ser humano.
Eu sinto vergonha e repulsa desses “advogados”. “Todos têm direito à defesa”, mas que seja justa, caso contrário nunca haverá culpado. E pra mim só inocentes têm direito à defesa. Nesse caso o cara é culpado e foram os fatos que determinaram isso, não eu. A única coisa que um tipo desse merece é a forca, a não ser que tenha se arrependido sinceramente, o que requer muito sofrimento da parte dele pelo que fez.